Número de desocupados supera 12 milhões. Incluindo o que o IBGE chama de subutilização da força de trabalho, total chega a quase 23 milhões.
O fraco desempenho da economia seguiu causando mais desemprego para as pessoas negras residentes na Região Metropolitana de São Paulo, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (17), pela Fundação Seade e pelo Dieese.
A recente crise econômica interrompeu alguns avanços na redução da disparidade entre negros e brancos no mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo, aponta boletim divulgado pela Fundação Seade e pelo Dieese. A diferença nas taxas de desemprego, por exemplo, que em 2014 foi de 1,9 ponto percentual, a menor desde 1985, cresceu para 2,9 pontos no ano passado: a taxa foi de 14,9% entre os negros (16,3% no caso das mulheres) e de 12% entre os não negros.
Diante do encurtamento do colchão social, o desespero começa a se fazer presente. A imprevisão do alcance de um novo emprego à mão de obra disponível torna o ambiente da involução social inaceitável.
Por Marcio Pochmann*
Nos últimos dois anos, por conta dos efeitos da crise econômica, o número de desemprego aberto no Brasil aumentou de 6 a 7% para 12%. Esses dados indicam que, somente nesse período, “quase cinco milhões de pessoas” perderam seus empregos, diz Clemente Ganz Lúcio à IHU On-Line. Essa situação só será revertida “quando a economia voltar a crescer” e a recessão for “estancada”.
A retomada da produção industrial é indispensável para que o Brasil volte a crescer. Mas o governo não vem adotando ações em benefício da indústria. “Eu não identifico medidas governamentais nesse sentido”, pondera José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e também da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).
Apesar de o governo repetir o tempo todo que há sinais de uma retomada da economia, os números não param de contradizer o discurso oficial. Nesta segunda (7), pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que o nível de desemprego no país permanece elevado e não dá sinais de que a tendência será revertida.
O banco Itaú continua a aplicar uma política de demissões e fechamento de agências mesmo com continuidade dos altos lucros. Nesta semana, a instituição apresentou o balanço financeiro do terceiro trimestre do ano, que revelou lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, sendo que nos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido recorrente do banco foi de R$ 16,3 bilhões.
A ironia e o desrespeito aos trabalhadores deu o tom do discurso de Michel Temer, nesta quinta-feira (27), em cerimônia no Palácio do Planalto. “(…) Quem sabe quando os senhores [pequenos e médios empresários] saírem, os senhores convidam aqueles que estão lá fora para ver se não tem emprego, quem sabe dar um emprego, não é? Acho que é uma fórmula muito adequada, não é verdade?”, discursou Temer. “Lá fora” acontecia um ato em defesa da legislação trabalhista.
Por Railídia Carvalho
Em um ano, país tem 3 milhões de desempregados a mais, atingindo 12 milhões. São menos 2,2 milhões de ocupados, com perda de 1,3 milhão de vagas com carteira. Massa de rendimentos cai quase R$ 7 bi
As reuniões do Fórum Nacional de Desenvolvimento Produtivo se resumem a discussões vagas, sem posicionamentos ou ações concretas da parte do governo Temer para resolver a crise que assola o Brasil. Matéria publicada nesta terça-feira (25) no portal da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) resume desta forma o Fórum que reune trabalhadores e empregadores, além de representantes do governo Temer.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) prevê retração de 0,9% no Produto Interno Bruto da região em 2016. Segundo a entidade, diante da recessão, a taxa de desemprego chegou a 9,2% no 1º semestre, ante 7,6% em igual período de 2015. Paralisado pelo boicote à gestão de Dilma Rousseff e agora sob o comando de Michel Temer, o Brasil teve a pior taxa da região para o período – 12,4% de desempregados, um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação ao 1º semestre de 2015.