Uma pesquisa realizada pela Oxfam Brasil e pelo Instituto Datafolha identificou as percepções dos brasileiros e brasileiras sobre as desigualdades no país. O estudo, feito com 2.025 pessoas, em agosto de 2017, trata de temas como diferenças socioeconômicas, meritocracia, racismo, distinção de gênero e apoio do Estado. Uma das conclusões da levantamento é que as desigualdades são sentidas pelos brasileiros de maneiras diferentes para diferentes grupos.
Enquanto governo finge combater privilégios com a reforma da Previdência, a população ensina o caminho para fazer isso de verdade. Ao invés de cortar direitos, tornar a tributação mais justa. Para 71% dos brasileiros, os muitos ricos devem pagar mais impostos para financiar educação, saúde e moradia. E, na contramão da política de redução do papel do Estado em curso no governo Michel Temer,79% acreditam que o combate às desigualdades é dever do Estado.
O Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade Social e o Grupo de Trabalho da Reforma Tributária promovem na próxima terça-feira (12), o seminário “Desigualdade Social e Sistema Tributário”. O evento ocorrerá em Brasília, no auditório do Teatro dos Bancários, das 8h30 às 13 horas, e faz parte das atividades realizadas no âmbito da Campanha pela Redução da Desigualdade Social no Brasil.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2016, o rendimento médio mensal real dos 88,9 milhões de trabalhadores do país, com 14 anos ou mais de idade, resultou em uma massa mensal de rendimento (total pago à população ocupada) de aproximadamente R$ 191 bilhões e um rendimento médio de R$ 2.149.
Mesmo com o forte crescimento e criação de empregos no período militar, os salários foram achatados e a distância entre ricos e pobres cresceu.
Por Beatiz Sanz e Heloisa Mendança, do El País
A brutal concentração de renda no Brasil deve-se, sobretudo, às injustiças tributárias, e não ao fracasso das políticas redistributivas.
Por Eduardo Fagnani*
Faz alguns anos, a Receita Federal divulga os grandes números das declarações de renda. Neste ano, divulgou dados que nunca divulgara. E com isso ficamos sabendo, número por número, coisas estarrecedoras que só podíamos deduzir, observando o comportamento de nossos ricaços.
Por Reginaldo Moraes*
Um estudo publicado pelo banco UBS, com a participação da consultora PwC, estima a riqueza dos 1542 mais ricos (com patrimônio superior a mil milhões de dólares) em 6 biliões de dólares (5,2 biliões de euros) – o equivalente a mais do dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido ou 32 vezes a riqueza produzida em Portugal em 2016.
Avaliação realizada pela Rede Nossa São Paulo aponta estagnação da situação na capital paulista e pouca ação dos governos
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e do índice de Gini mostram alta do abismo social a partir do terceiro trimestre de 2015.
Por Fabrício Pitombo Leite*
Classe média e mais pobres pagam muito mais impostos do que os mais rico. Oxfam estima que potencial de arrecadação aumentaria cerca de R$ 60 bi por ano com tributação de lucros e dividendos de acionistas.
A redução das desigualdades no Brasil depende de pelo menos duas iniciativas: de um lado, uma reforma tributária progressiva e, de outro, a expansão do gasto social, diz Rafael Georges, coordenador de campanhas da Oxfam Brasil e um dos responsáveis pelo relatório “A distância que nos une. Um retrato das desigualdades brasileiras”, elaborado pela instituição.