Sob sigilo, a Comissão da Verdade colheu seu primeiro testemunho de um agente público que atuou para a ditadura militar (1964-85). Harry Shibata, médico legista que atuou no IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo nos anos 1970, foi ouvido na semana passada por integrantes do colegiado no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro da capital.
Uma nota de jornal com a notícia da morte da guerrilheira Áurea Elisa Pereira Valadão, aos 24 anos, no Araguaia, na década de 1970, encontrada pelo então estudante universitário Leonencio Nossa em 1997, foi a motivação para que, cinco anos depois e já formado em jornalismo, ele iniciasse uma pesquisa que duraria 10 anos. O resultado é o livro “Mata! O major Curió e as guerrilhas no Araguaia”.
Ex-integrantes do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG) deverão prestar esclarecimentos à Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Nesta quinta (21), a deputada Erika Kokay (PT-DF) apresentou proposta à comissão.
Documentos abertos agora ao público mostram que a presidenta Dilma Rousseff foi monitorada não apenas durante a ditadura militar (1964-85), quando foi presa e torturada, mas em todo o governo de José Sarney (1985-90).
Movimentos realizam esculacho em frente à casa de torturador, no Rio de Janeiro. O esculachado foi Dulene Aleixo Garcez dos Reis, ex- capitão da Infantaria do exército e co-responsável pela morte do jornalista Mário Alves
Por José Francisco Neto*
“Eu tinha 19 anos; eu fiquei três anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada”. Foi assim que a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, respondeu ao senador José Agripino Maia (DEM-RN) ao ser afrontada por ele, em 2008, com insinuação de que poderia estar mentindo no depoimento que estava dando a uma comissão do Senado que a convocara para explicar acusações de que teria mandado fazer um “dossiê” contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Por Eduardo Guimarães*, em seu blog
Nesta terça-feira (19), a Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça junto à movimentos estudantis e à Via Campesina, presentes na Cúpula dos Povos, realizam mais um esculacho na casa do ex-torturador da ditadura militar Dulene Aleixo Garcez dos Reis. A marcha saiu às nove horas da manhã da Urca e foi até a casa do ex-torturador, na Zonal Sul do Rio de Janeiro, onde vive confortavelmente.
A presidente Dilma Vana Rousseff foi torturada nos porões da ditadura em Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, e não apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro, como se pensava até agora. Em Minas, ela foi colocada no pau de arara, apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na sua arcada dentária.
Por Sandra Kiefer, no jornal Estado de Minas
Em apenas quatro meses, o Ministério da Justiça anulou 133 anistias políticas concedidas a ex-cabos da Força Aérea Brasileira (FAB), desligados durante a ditadura militar (1964-1985). Ao todo, o grupo de trabalho interministerial criado para verificar se, de fato, os ex-praças licenciados foram alvo de perseguição política, deverá revisar 2.574 processos.
O secretário nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, informou no início da noite de sábado (16) que será lançado, na semana que vem, um edital que prevê a ampliação do programa de reparação do Estado brasileiro às vítimas da repressão da ditadura militar. Serão selecionadas cinco entidades especializadas em assistência psicológica para a criação das Clínicas do Testemunho.
O que o passado pode nos ensinar? Esta é uma pergunta que perturba o sono da humanidade desde os seus primórdios. Todas as comunidades procuraram de alguma forma estabelecer laços com seu passado. Ora para aceitá-lo e transformá-lo numa referência para a atuação no presente. Ora para rejeitá-lo, como algo a não ser seguido.
Por Augusto C. Buonicore*
Acordo prevê abertura de arquivos da Comissão Nacional de Anistia e ajudará investigações sobre crimes da ditadura
Por Estevan Muniz, da Rede Brasil Atual