“Toda violação dos direitos humanos será investigada.” Com essa frase, Gilson Dipp, um dos integrantes da Comissão da Verdade, procurou constranger setores da esquerda que procuram levar a cabo as exigências de punição aos crimes da ditadura militar.
Por Vladimir Safatle*
O livro Memórias de uma guerra suja, depoimento do ex-delegado do DOPS Claudio Guerra a Marcelo Netto e Rogério Medeiros, foi recebido inicialmente com certa incredulidade até por setores progressistas.
A Comissão da Verdade terá dois anos para elaborar um detalhado relatório sobre as violações dos direitos humanos no Brasil entre 1946 e 1988, que inclui a ditadura militar (1964-1985), período no qual esses crimes foram política de Estado. A designação dos membros e sua instalação ganharam elogios nacionais e estrangeiros, assim como com a já conhecida rejeição dos repressores da ditadura brasileira.
A Folha de S. Paulo de domingo (20), ecoando a instalação da Comissão da Verdade, entrevista a filha de uma vítima da repressão: Ñasaindy Barrett de Araújo, filha de Soledad Barrett, que foi assassinada em Recife, em 1973, por sicários do DOPS de São Paulo comandados pelo delegado Sérgio Fleury. Uma entrevista, é preciso dizer, controversa… (JCR)
Por Urariano Mota
Parte da história de mineiros que desapareceram durante a ditadura veio à tona a partir de 138 documentos inéditos obtidos pelo jornal Hoje em Dia. O material, que será remetido à Comissão da Verdade, também será apresentado ao Ministério Público Federal em Minas a fim de corroborar com as investigações referentes à morte de cinco mineiros, ocorridas entre 1969 e 1979, e um desaparecimento, em 1975.
O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), ligada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, votou nesta semana, por unanimidade, pela abertura de Estudo de Tombamento do edifício que hoje abriga a 36ª Delegacia de Polícia, na rua Tutoia, na Vila Mariana.
A vontade que se tem é a de escrever: por baixo de ondas de infâmia e sangue, a presidenta Dilma instalou a Comissão da Verdade. E temos essa vontade porque a vemos em um mar que se abre, pronto a tragá-la e a envolver também os brasileiros mutilados, perseguidos e assassinados sob a ditadura de 1964.
Por Urariano Mota
O advogado da família de Victor Jara solicitou ao Exército para colaborar com o esclarecimento da morte do cantor e compositor chileno, depois que uma reportagem na televisão revelou a identidade do suposto executor do crime.
Focar o início do trabalho na apuração de informações sobre desaparecidos políticos e não fomentar qualquer tentativa de revisão da Lei da Anistia foram as duas principais orientações da presidente Dilma Rousseff aos integrantes da Comissão da Verdade, oficialmente instituída na última quarta-feira (16). As informações são do jurista José Paulo Cavalcanti, que integra a comissão.
A Comissão da Verdade deve investigar, sobretudo, o destino dado aos desaparecidos políticos do período da ditadura (1964-1985), defenderam o jornalista, escritor e professor universitário Sinval Medina e a jornalista, pesquisadora e professora da Universidade de São Paulo (USP) Cremilda Medina. Para ambos, os trabalhos devem se concentrar basicamente nos governos militares a partir do golpe de 1964.
O ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) no Espírito Santo, Cláudio Guerra, vai ter proteção policial. O anúncio foi feito em Plenário na noite desta quarta-feira (16) pelo senador Paulo Paim (PT-RS) que, mais cedo havia feito um apelo ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que garantisse a segurança de Claudio Guerra
A audiência publica da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), marcada para esta quinta-feira (17) foi adiada, devido a uma tentativa de assassinato contra o ex-delegado Claudio Guerra, personagem central do livro Memórias de uma Guerra Suja.