Nesta quarta-feira (2) acontece, em Brasília, nova audiência pública na Comissão Especial do Projeto de Lei 9463/18 que debate a privatização da Eletrobras. Trabalhadores urbanitários prosseguem com a mobilização neste mês contra a privatização. Nos próximos dias estão previstas atividades no Pará, Rio de Janeiro e Bahia. Confira a agenda.
O plano de privatizações do governo golpista de Michel Temer (MDB) foi anunciado em agosto de 2017, e inclui aeroportos, portos, rodovias, empresas públicas e até a Casa da Moeda, que fica no Rio de Janeiro. O objetivo, segundo a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é aumentar o caixa do governo, que até agora não conseguiu dar respostas substanciais à crise econômica.
Partidos da Oposição entraram na Câmara e no Senado com projetos para sustar o decreto assinado pelo presidente Michel Temer que inclui a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização (PND). O decreto foi divulgado na última semana. Enquanto PCdoB apresentou a proposta no Senado, PT, PSB, PDT e PSol apresentaram o projeto na Câmara.
O embate regimental marcou a sexta reunião da comissão mista da Medida Provisória 814/17, que permite a privatização da Eletrobras e de seis subsidiárias. Apresentado de última hora aos parlamentares, o relatório do deputado Júlio Lopes (PP-RJ) foi o alvo da discussão. Pelo regimento, o texto deveria ter sido apresentado ao colegiado com, no mínimo, 24h de antecedência, o que não aconteceu e motivou intensas argumentações da base governista e da Oposição.
Por Christiane Peres
Em busca de uma mobilização da opinião pública e formação de ambiente favorável para sua privatização, a Eletrobras traçou como estratégia a divulgação de um cenário de mazelas e problemas da estatal, revela a Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo. Esse movimento, segundo a apuração do repórter Lúcio de Castro, começou em setembro de 2017, quando a empresa assinou, sem licitação, contrato com a RP Brasil Comunicações, do grupo FSB Comunicação, a maior assessoria de imprensa do país.
Enquanto o discurso oficial é de que o Brasil saiu da crise rumo ao crescimento, o economista João Sicsú, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) usa a imagem de um homem no fundo do poço: "Ele dá uns saltos, mas continua lá". Com isso, Sicsú procura demonstrar que o país segue em crise "e nada indica que a gente viva uma verdadeira recuperação". E identifica um período ainda pior, de depressão.
Os agricultores familiares se somaram à Campanha Nacional Contra a Privatização da Eletrobras, reafirmando o mote que “Energia Não é Mercadoria”, e alertam que a privatização comprometerá a produção de alimentos e a segurança alimentar.
Representando a categoria dos eletricitários, a dirigente Fabiola Antezana do STIU-DF e o economista Gustavo Teixeira do Dieese debateram, nesta quarta-feira (18/4), em audiência na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o projeto de privatização da Eletrobras (PL 9463/18) os prejuízos para o país, caso a empresa seja colocada à venda.
Michel Temer não quer deixar o Planalto sem antes entregar a Eletrobras ao mercado. Ele deve assinar ainda nesta quinta-feira (19) decreto incluindo a Eletrobras no Programa Nacional de Desestatização, segundo auxiliares do Planalto.
Artigo do professor Heitor Scalambrini Costa analisa os riscos da privatização da Eletrobras: “Só daremos uma basta a estes vendilhões com mobilização e pressão popular”.
Por Heitor Scalambrini Costa*
O governo Temer não tem sido feliz em suas negociações desde a derrocada da Reforma da Previdência no Congresso. A pauta, supostamente impedida de tramitar pela intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, deu lugar a outro “salvador” das contas públicas: a privatização da Eletrobras.
O poder econômico dos banqueiras transnacionais está por trás da privatização da Eletrobras conduzida pelo governo de Michel Temer conduzido à presidência após o golpe parlamentar de 2016. É uma das afirmações de material publicado pelo portal nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens que o Portal Vermelho reproduz. Confira abaixo 5 motivos para fortalecer a luta contra a privatização da Eletrobras.