Para Kai-Fu Lee, trabalho nas fábricas tem resistido mais à inteligência artificial do que o emprego no escritório
Em vez de enfrentar os problemas que interferem na contratação dos jovens, governo Bolsonaro busca soluções paliativas e com pouca sustentabilidade
O procurador-geral do Trabalho, Alberto Balazeiro, declarou que não enxerga pontos positivos na reforma trabalhista feita no governo de Michel Temer. Segundo o chefe do MPT (Ministério Público do Trabalho), o texto –que completou dois anos em novembro– não criou novas vagas de emprego, como “prometido” à época. Na avaliação de Balazeiro, a legislação não aqueceu a economia e resultou em aumento do trabalho informal.
Mesmo em um cenário de crise econômica, o Maranhão segue gerando novos postos de trabalho. Em outubro, o estado criou 3.220 novas vagas de emprego com carteira assinada.
A retomada da iniciativa do projeto neoliberal no Brasil, que se dá de forma autoritária, a partir do afastamento ilegal da presidenta Dilma e da condenação também ilegal do presidente Lula, impôs uma nova agenda para as relações entre o capital e o trabalho. Esta nova agenda neoliberal interrompe um período de maior e melhor distribuição da renda nacional.
Por Antônio Vicente Martins e Miguel Rossetto*
O carro-chefe da Medida Provisória (MP) 905, do Programa Verde e Amarelo, foi a criação da Carteira Verde e Amarela, proposta pelo governo de Jair Bolsonaro com o objetivo de gerar empregos para jovens de 18 a 29 anos, os mais atingidos pelo desemprego que afeta 12,5 milhões de trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, segundo o IBGE.
Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de oposição apresentaram ontem (18) propostas para se contrapor à política do governo, que segundo eles vai na contramão do necessário para fazer o país voltar ao caminho do crescimento com redução da desigualdade. O foco é o Congresso Nacional: é ali, avaliam, que os projetos têm avançado e continuarão sendo aprovados, se não houver reação na rua e articulação política, com maior quantidade de forças – talvez além da esquerda tradicional.
Dois anos depois do desmonte da legislação trabalhista, o governo Jair Bolsonaro (PSL) lança um pacote para “estimular a criação de empregos”. Instituir uma carteira de trabalho “verde e amarela”, sem direitos, para concorrer com a azul criada por Getulio Vargas é uma proposta de campanha de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Nos bastidores, o time do ministro diz a jornalistas calcular que a MP terá condições de gerar até 4 milhões de empregos. Cálculo realista? Ou ufanista?
A edição desta terça-feira (8) do jornal O Globo mostra que São Luís é a única capital nordestina que acumula saldo positivo na criação de empregos com carteira assinada neste ano. Os dados foram extraídos de levantamento feito pela Consultoria Tendências.
Cerca de 52,1 milhões de postos de trabalho – mais da metade dos empregos formais e informais no Brasil (58,1%) – podem ser substituídas por máquinas nos próximos dez a 20 anos. É o que aponta um estudo da consultoria IDados, que cruza a base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua do IBGE com um estudo da Universidade de Oxford. A pesquisa separa as ocupações em faixas de risco de automação.
Nada menos que 3,35 milhões de desempregados no País procuram trabalho há pelo menos dois anos. Isso equivale a 26,2% (ou cerca de uma em cada quatro) pessoas no total de desocupados no Brasil.