Técnicos da Tepco, a operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, planejam utilizar polímero em pó, altamente absorvente, para frear o escapamento de água radioativa ao mar, após tentar sem sucesso conter esse vazamento com concreto.
A Eletronuclear vai mostrar no dia 8 de abril, à comissão de senadores que acompanha os desdobramentos do acidente nuclear que atingiu o Japão, que as usinas brasileiras Angra 1, 2 e 3 apresentam condições técnicas de segurança superiores às de Fukushima — afetada pelo terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste japonesa no dia 11.
No dia 11 de março de 2011 uma hecatombe de proporções colossais atingiu o Japão e deixou um rastro de destruição e perdas incalculáveis. O deslocamento entre as placas tectônicas norte-americana e do pacífico produziu um terremoto de magnitude 8,9 na escala de Richter seguido de tsunami com ondas gigantes. Antes mesmo que a nação nipônica pudesse digerir a tragédia e sentir a dor da perda de seus mortos, uma avalanche midiática agravou ainda mais a situação.
Por Antonio Arapiraca*
Assim que a crise das usinas atômicas do Japão for superada, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) deve passar por mudanças. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (28) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, após a abertura do Fórum Abinee Tec 2011, que faz parte da programação da 26º Feira Internacional da Indústria Elétrica Energia e Automação, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista.
O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, afirma que não há como o Brasil ser autossuficiente em termos energéticos, fazendo uso apenas de energia eólica e solar. Na avaliação dele, o país não pode abrir mão, até pelas vantagens geográficas que tem, da energia nuclear, apesar dos riscos que ela possa implicar.
Governadores reavaliam se a região deve receber uma das quatro usinas nucleares que serão construídas no país até 2030. Para Wilson Martins, do Piauí, o projeto deve ser "repensado".
Um desastre nuclear pior do que o acidente de Tchernobil em 1986 pode estar em gestação no Japão, onde centenas de toneladas de combustível atômico altamente radioativo estão a céu aberto e podem pegar fogo, contaminando a atmosfera.
Por Stephen Leahy, na agência IPS
As autoridades do Japão confirmaram nesta sexta-feira (18/03) à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que houve aumento da temperatura nos tanques de combustível na Usina de Fukushima Daiichi. Segundo os peritos, a elevação de temperatura foi registrada nas unidades 5 e 6. A elevação de temperatura gera ameaças de radiação para toda a região em torno da usina, segundo especialistas.
Um telegrama da embaixada dos Estados Unidos em Tóquio, datado de 2008 e vazado pelo site WikiLeaks, foi divulgado na última terça-feira pelo jornal britânico The Guardian, informando que o político japonês Taro Kono afirmou aos diplomatas americanos que o ministério japonês encarregado da energia nuclear estava "encobrindo os acidentes nucleares e ocultando os verdadeiros custos e problemas associados com a indústria nuclear".
Deu no Opera Mundi:
"Um despacho de 2008 da embaixada dos Estados Unidos em Tóquio revela o descontentamento e preocupação de uma importante figura política japonesa em relação à política nuclear de seu país. No documento, era informado que o governo encobria informações sobre acidentes nucleares, além de ocultar os custos e problemas associados a esse ramo da indústria.
Por Ceslo Lungaretti*
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (15/3), em entrevista coletiva, que as usinas nucleares brasileiras atendem a todas as exigências de segurança internacionais e que não há riscos de incidentes como os ocorridos em usinas do Japão, em decorrência do terremoto, seguido por tsunami, que abalou o país nos últimos dias.
O acidente no Japão deverá atrasar os projetos brasileiros na área de energia nuclear e enriquecimento de urânio. O adiamento é admitido pela própria Eletronuclear, empresa controlada pela estatal Eletrobrás, responsável pelas operações de Angra 1 e 2, as duas únicas usinas nucleares do Brasil. "Não há razões racionais para que o atraso dos projetos ocorra, mas infelizmente isso é algo inevitável", disse ao Valor Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear.