A acentuada queda da taxa é incompatível com a busca do equilíbrio fiscal e retomada do investimento, já que incentiva a financeirização. E está associada ao desemprego e precarização das relações trabalhistas.
Por André Luiz Passos Santos*
A relativização, por alguns “jornalistas econômicos” e “analistas de mercado”, sobre o resultado do IPCA de junho de 2017 ter registrado deflação (variação negativa dos preços) de 0,23%, a primeira desde junho de 2006, é uma tentativa de camuflar a profunda crise que o país atravessa: é uma amostra clara e robusta de como a economia brasileira está imersa num lodo no fundo do poço sem qualquer perspectiva de saída no curto prazo.
A acentuada queda da taxa é incompatível com o equilíbrio fiscal e a retomada do investimento, além de estar associada ao aumento do desemprego.
Por André Luiz Passos Santos*
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação em junho (-0,23%), no primeiro resultado negativo desde 2006 e com a menor taxa da série histórica em 20 anos. Segundo o IBGE, que divulgou os resultados na manhã desta sexta (7), o índice oficial da inflação fechou o semestre em 1,18%, ante 4,42% em igual período do ano passado, no menor acumulado da série.
No seu comentário de 28 de junho no jornal CBN da hora do almoço, a inefável Miriam Leitão, com seu ar de pitonisa e grande mestra da economia, saudou a maravilhosa noticia de que o Conselho Monetário Nacional vai anunciar a meta de inflação para 2019 e 2020 em queda.
Por André Araújo
Para o professor de economia da UERJ, Elias Jabbour, a recente redução das metas de inflação para 2019 e 2020, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é “a medida mais estratégica do golpe até aqui”. Segundo ele, a decisão aprofunda um modelo que, desde a implementação do Plano Real, “tem garantido a transferência de centenas de bilhões de reais da sociedade diretamente aos detentores da dívida pública”.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou a redução da meta de inflação de 4,5% para 4,25% em 2019 e para 4% em 2020. É a primeira vez em 14 anos que o centro da meta é reduzido. Para o economista Paulo Kliass, a decisão faz parte da retórica do governo, que tenta passar a imagem de eficiência e responsabilidade. “Querem desviar o debate do fracasso que está sendo a política econômica hoje para tentar vender o peixe de que, em 2019, a coisa estará controlada. Mas não há essa garantia”, diz.
Em sua coluna na Folha de S. Paulo, a economista Laura Carvalho desconstrói o discurso do governo e do Banco Central de que a queda da inflação é fruto de mudanças na direção da política econômica.
Os economistas de mercado difundiram a ideia de que a inflação castiga mais os pobres do que os abastados. É lenda. A inflação castiga os rentistas, aqueles que têm capital em moeda e vivem de renda de juros. A inflação também diminui o poder de compra dos altos salários do Estado porque esses são reajustados uma vez por ano e seu valor real decresce durante o ano. A inflação tende a prejudicar os credores e aliviar os devedores.
Por André Araújo
A taxa de inflação na zona do euro atingiu em fevereiro 2% em relação ao mês anterior, assinalou nesta quinta-feira, em Luxemburgo, o escritório de estatísticas da União Européia (UE) Eurostat.
Durante cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (15), Michel Temer classificou o avanço da recessão que seu governo impôs como “fatos eventualmente criticáveis” que “não podem superar os positivos”.
A Argentina acaba de confirmar oficialmente que em 2016, o primeiro ano de Maurício Macri à frente do país, a inflação foi de 41% em Buenos Aires, que dita a tendência em todo o território nacional. Agora está em discussão se é a pior inflação dos últimos 14 ou 25 anos, mas não há dúvida de que é um dado péssimo, muito acima dos 25% que o presidente prometeu pouco depois de chegar ao poder.