Para ministros do Supremo Tribunal Federal, as conversas entre Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol tornam o ex-juiz suspeito. Mensagens entre os dois reveladas pelo site The Intercept Brasil neste domingo (9) mostram Moro orientando o trabalho dos acusadores e até cobrando a força-tarefa da "lava jato" por resultados.
Por Pedro Canário, do Conjur
Uma série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil na noite deste domingo (9) abalou a credibilidade da Operação Lava Jato. Com base em conversas privadas enviadas ao Intercept por fonte anônima, as reportagens indicam a interferência de Sergio Moro, atual ministro da Justiça, no andamento das ações da Operação Lava Jato para interferir nos rumos políticos do país.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
As revelações feitas pela reportagem do Intercept Brasil de diálogos entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da chamada Força Tarefa da Lava Jato tiverem grande repercussão nos meios de comunicação. No Brasil, a chamada grande mídia tenta minimizar a gravidade do que foi revelado nos diálogos, já no exterior a notícia tem causado grande impacto, como mostra a síntese feita pelo jornalista Olímpio Cruz da cobertura da imprensa.
Publicado no Portal UOL, o Blog de Tales Farias disse nesta segunda-feira (10) que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ficaram alarmados com as reportagens publicadas no domingo (9) pelo Intercept Brasil sobre mensagens trocadas entre o então juiz Sérgio Moro –hoje ministro da Justiça– e a força-tarefa da Lava Jato.
Em nota, o advogado de Lula Cristiano Zanin Martins diz não haver dúvida de que os processos contra o ex-presidente estão corrompidos pelo que há de mais grave em termos de violações e garantias fundamentais e à negativa de direitos.
O Comitê Nacional Lula Livre divulgou nota nesta segunda-feira (10) exigindo que as cortes superiores anulem o julgamento que condenou o ex-presidente Lula e sua imediata libertação. Segundo o comitê, as conversas tornadas públicas pelo site “The Intercept” demonstram a condução antiética e criminosa dos principais atores da Operação Lava Jato.
A Associação Juízes para a Democracia (AJD) e a Associação Latinoamericana de Juízes do Trabalho (ALJT) divulgaram nota conjunta neste domingo (9) na qual dizem ser “imprescindível e urgente” para o restabelecimento da plena democracia e dos princípios constitucionais no Brasil, a declaração de inexistência de todos os processos que se desenvolveram em razão da Operação Lava Jato, inclusive daqueles que determinaram as condenações e a prisão do ex-presidente Lula.
O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) comentou as reportagens do site The Intercept Brasil que revelaram a ação coordenada entre o ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador Daltan Dallagnol para direcionar as investigações da Operação Lava Jato. Para Dino as revelações são de inédita gravidade na história do Judiciário e demonstram um jogo de cartas marcadas entre os dois agentes públicos.
O Portal Vermelho publica a íntegra da Quarta Parte da reportagem do Intercept publicadas neste domingo que mostra diálogos entre o ministro da Justiça e ex-ministro Sergio Moro e o procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol. As conversas entre os dois ocorrerem ao longo de dois anos e revelam que Sergio Moro sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão.
O Intercept Brasil publicou hoje três reportagens explosivas mostrando discussões internas e atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da força-tarefa da Lava Jato, coordenada pelo procurador renomado Deltan Dallagnol, em colaboração com o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, celebrado a nível mundial.
Por Glenn Greenwald, Betsy Reed e Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil.
Além de ter feito a interceptação telefônica do escritório de advocacia Teixeira Martins & Advogados, que representa Lula, a Lava Jato produziu relatórios que detalharam ao menos 14 horas de conversas entre os defensores do ex-presidente.
Luiz Carlos Cancellier de Olivo se suicidou.