A verdade é que o “mensalão” surge como a oportunidade histórica para que se faça o que a oposição – que nas palavras de um dos colunistas da Veja “se recusa a fazer o seu papel” – não conseguiu até aqui: destruir a biografia do presidente metalúrgico, inviabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff e reconduzir o projeto da elite ‘sudestina’ ao Palácio do Planalto.
Por Jaime Amparo Alves*
Movimento dos Sem-Mídia, presidido por blogueiro Eduardo Guimarães, protocolou uma ação na junto à Procuradoria Geral Eleitoral e ao Ministério das Comunicações, contra a Rede Globo por causa dos 18 minutos dedicados ao especial sobre o mensalão, veiculado após o horário eleitoral gratuito na terça-feira (23). A emissora é comandada por Ali Kamel, que nunca se recuperou da edição do debate entre Lula e Collor em 1989, é acusada de partidarismo.
Da nossa parte – esquerda em geral e do PT – não podemos esquecer que é preciso não só discutir os efeitos políticos do julgamento, mas também as condições institucionais e políticas que abriram espaços para os nossos erros. Isso significa privilegiar duas lutas de fundo, sem as quais tudo pode acontecer de novo: financiamento público das campanhas e verticalidade das alianças, para formar partidos fortes.
Por Tarso Genro, Carta Maior
Foi com estas palavras que o ex-ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula e ex-deputado federal José Dirceu reagiu à decisão do Supremo Tribunal Federal que o condenou nesta segunda-feira (22), por “formação e chefia de quadrilha” no julgamento da Ação Penal 470, conhecido como o processo do “mensalão”.
A retumbante manifestação saiu do fim da praia do Leblon. A praia da Elite e dos globais. O ponto de concentração era uma estátua em homenagem a Zózimo Barroso do Amaral, autor, por muitos anos, de uma coluna social no Jornal do Brasil e no Globo. Uma espécie de Diário da Elite carioca.
Termina nesta semana, no Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento dos sete capítulos da Ação Penal 470, o chamado processo do “mensalão”. O caso será retomado nesta segunda-feira (22) e, além das sessões já previstas na quarta (24) e quinta-feira (25), foi convocada sessão extra na terça (23) para acelerar a conclusão do processo.
O ex-presidente Lula, que é sábio em política, já havia advertido: “O povo não está preocupado com mensalão, com julgamento lá em Brasília. O povo está preocupado é se o Palmeiras vai cair para a segunda divisão”.
Por Urariano Mota
O Superior Tribunal Federal (STF) desempenhará em 2012 o mesmo papel que a Rede Globo de Televisão desempenhou em 1989, quando editou o último debate das eleições presidenciais para favorecer Collor. Isto porque os ministros do STF trabalham, nos bastidores, para agilizar as sessões do julgamento do "mensalão". A ideia é tentar julgar os dois capítulos da denúncia que faltam e fazer a discussão sobre o tamanho das penas até o fim da próxima semana.
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (17) à tarde o julgamento da Ação Penal 470, o processo do chamado "mensalão", com a 37ª sessão exclusiva dedicada ao assunto. A Corte reabrirá os trabalhos com o encerramento do Capítulo 7, que trata do crime de lavagem de dinheiro envolvendo ex-deputados petistas, o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto (PL, atual PR) e alguns assessores.
Nunca tivemos, no Brasil e alhures, uma justiça perfeita. A esse respeito permanece como paradigma da dúvida do julgamento político a condenação de Sócrates. A acusação que lhe fizeram foi de impiedade, o que, no léxico de então, mais do que hoje, significava heresia diante dos deuses: Sócrates estaria pervertendo os jovens com seus ensinamentos, tidos também como antidemocráticos.
Por Mauro Santayana*
O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta segunda-feira (15) o julgamento do publicitário Duda Mendonça na Ação Penal 470 e definiu que ele não participou do esquema do mensalão. Para a maioria dos ministros, Duda e a sócia dele, Zilmar Fernandes, receberam cerca de R$ 11 milhões do esquema montado por Marcos Valério sem saber que se tratava de dinheiro ilícito.
Em alguns momentos da história o Direito é testado a respeito da sua verdadeira força constitutiva na vida das pessoas, de um grupo social determinado ou de uma nação. Compartilhei com o Supremo alguns destes debates, na condição de ministro da Justiça e lembro-me de dois deles, que foram lapidares.
Por Tarso Genro*, na Carta Maior