Um dos assuntos tratados em recente reunião entre o chanceler José Serra e o embaixador brasileiro em Washington, Sergio Amaral, ex-ministro de FHC, foi a retomada das negociações com os Estados Unidos sobre o uso, pelos americanos, da base de lançamento de foguetes de Alcântara (MA).
Por Tereza Cruvinel
Nos últimos dias, movimentos sociais, especialistas e acadêmicos alertaram para uma das medidas que pode trazer maior impacto do governo interino de Michel Temer em investimentos sociais: a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, encaminhado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao Congresso Nacional antes do recesso parlamentar.
Os tiques nervosos do Judas Michel Temer devem ter piorado nos últimos dias. Uma nota publicada neste final de semana na coluna Radar, da revista Veja, é perturbadora.
Por Altamiro Borges*, em seu blog
O governo provisório de Michel Temer já tem pronto um plano para dois anos e meio de mandato, caso a presidenta Dilma Rousseff seja afastada em definitivo pelo Senado. A informação é do Valor Econômico, que lista os eixos prioritários de tal projeto. Para o professor de economia da Unicamp, Guilherme Mello, as indicações são de que se trata de um programa neoliberal, muito parecido com o do então candidato Aécio Neves nas eleições de 2014. Ou seja, um programa derrotado nas urnas.
Foi divulgado, na última sexta-feira (22), um relatório feito pelo Ministério do Planejamento que mostra que, apesar da proposta de Michel Temer de conter as despesas do governo, em dois meses como presidente interino ele conseguiu gastar R$ 8,6 bilhões a mais do que havia previsto.
A PEC 241 não é um ajuste: é uma tentativa de fazer valer os interesses do grande capital financeiro. Esse é o segundo golpe, e o mais perigoso.
Por Rosa Maria Marques*
Para o economista e educador Sérgio Haddad, a aliança entre DEM e PSDB na área da educação, reeditada por Michel Temer (PMDB-SP), é um retorno aos tempos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP). Segundo ele, o conceito de um modelo educacional público, sistêmico e universal cede espaço, no governo interino, a um processo de focalização da ação do Estado em determinados níveis de ensino, deixando os demais à iniciativa privada.
Os ministros do Tribunal de Contas da União se reúnem na quarta-feira (21) para decidir se vão dar o quarto aval ao governo do interino Michel Temer para editar medida provisória (MP) que autoriza gastos extras. Segundo o jornal O Globo, há ministros preocupados porque o TCU condenou a mesma prática adotada na gestão de Dilma Rousseff, que hoje enfrenta um processo de impeachment por crime de responsabilidade fiscal.
Por trás de cada golpe contra a democracia costuma existir um tapete vermelho para que caminhem os poderosos grupos econômicos. No Brasil, o ritmo das privatizações é tão veloz que deveria ser observado pelo Guinness.
Por Alfredo Serrano Mancilla*
O governo interino de Michel Temer (PMDB) vai trabalhar para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) apresentada por Aécio Neves e Ricardo Ferraço (PSDB) que cria duas novas regras que alteram o sistema eleitoral: a proibição de coligações em eleições proporcionais e imposição de uma cláusula de barreira que, no plano federal, reduzirá cada vez mais o acesso de partidos que elegem poucos deputados federais ao poder.
O ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, avaliou que aprovar a PEC 241 – que limita o crescimento dos gastos públicos à variação da inflação – significará “Implantar uma barbárie social” no país. Para ele, a regra fiscal proposta por Michel Temer terá “impacto brutal no cotidiano das pessoas, especialmente das mais pobres”, acarretando restrição de acesso a políticas e programas de saúde pública, além da perda de conquistas.
O presidente interino Michel Temer trocou seis por meia dúzia, como diz o linguajar futebolisco, ao nomear o deputado federal (PMDB-AL), Marx Beltrão, no lugar do ex-deputado federal, Henrique Alves (PMDB-RR), que foi afastado do Ministério do Turismo por fortes indícios de seu envolvimento no âmbito da Operação Lava Jato.
Por Eliz Brandão