Referência para o sistema capitalista, os EUA figuram na terceira posição do ranking de reestatizações; Europa lidera.
Por Cristiane Sampaio, do Brasil de Fato
O professor da USP e ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer considera que usinas hídricas demandam controle do curso d’água, que é bem estratégico segundo a lei brasileira. Para ele, nenhum país que usa energia hidrelétrica privatiza sua produção
Apesar da constante – e ardilosa – propaganda do governo Jair Bolsonaro (PSL) contra o Estado brasileiro e as empresas estatais, a maioria da população é contrária à venda dos Correios, dos bancos públicos, da Petrobras e de outros patrimônios federais. É o que aponta a mais nova pesquisa Datafolha sobre privatizações – a primeira desde a posse de Bolsonaro na Presidência.
Se depender do governo Bolsonaro (PSL), todas as estatais federais serão vendidas até 2022 – último ano do mandato presidencial. Quem confirma a previsão sombria é o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (9). Segundo Guedes, caberá à gestão federal “preparar” a privataria e, depois, pressionar o Congresso Nacional. “Minha obrigação é fazer o diagnóstico e entregar a prescrição. O Congresso vai decidir. Essa é a proposta.”
Usinas hidrelétricas não são meras fábricas de Megawatts. Hidrelétricas utilizam a energia dos rios para gerar eletricidade, mas esses empreendimentos também são responsáveis por controlar o fluxo de um determinado curso d’água e armazenar enormes quantidades do precioso líquido.
Por Ikaro Chaves* e Felipe Sousa**
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, através de sua executiva, lança nota em que critica o governo Bolsonaro que suspendeu o edital de projetos para TV pública. Para o Forúm, essa atitude representa, na verdade, "a implementação das ideias conservadoras, lgbtfóbicas e anti-democráticas". A nota trata ainda da tentativa de privatização de importantes estatais de tecnologia.
"Falar em privatização da EBC é uma improriedade porque a radiodifusão, diferentemente de outras atividades econômicas exploradas pelo Estado, não pode ser simplementes transferida, está regulada por leis específicas, como a que rege o sistema de outorgas, acima mencionado".
Por Tereza Cruvinel*
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) cobrou explicações do presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, para a venda de subsidiárias, como refinarias e a Transportadora Associada de Gás (TAG).
O cronograma do programa de privatizações do governo Bolsonaro pode ter no Congresso Nacional um ponto de resistência. A venda das estatais é uma das principais apostas da equipe econômica para recompor o Orçamento e cumprir a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões – o dinheiro que dá estabilidade ao mercado da dívida pública, a chamada ciranda financeira.
O anúncio dos resultados da Petrobras no segundo trimestre de 2019 está sendo festejado pelos gestores da empresa, pelo governo e pelo mercado. Não poderia ser diferente. Os R$ 18,8 bilhões que a Petrobras “lucrou” foram obtidos à custa da entrega do patrimônio público, projeto principal da equipe econômica do governo Bolsonaro.
Privatizar as estatais. Dar de mão beijada o patrimônio nacional. O presidente Bolsonaro nunca escondeu o viés entreguista e a real intenção do mandato. O capital acima de tudo e todos. Em apenas 200 dias, os bancos públicos puxaram a fila de venda de ativos. No total, foram R$ 16 bilhões.