As rebeliões ocorridas em alguns países do norte da África e na Península Arábica têm sido como um siroco, vento do deserto que enlouquece, queima e destrói.
Moisés Saab, em Prensa Latina*
O primeiro-ministro interino da Tunísia, Mohamed Al-Ghannouchi, renunciou neste domingo (27) em meio a protestos populares que, pelo segundo dia, desembocaram em violentos enfrentamentos entre efetivos da polícia e manifestantes.
A política de saque imposta pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan no Oriente Médio entrou em crise. Esta se desencadeou inevitavelmente com o alto custo dos cereais, cujos efeitos se fazem sentir com mais força nos países árabes, onde, apesar de seus enormes recursos petrolíferos, a escassez de água, as áreas desérticas e a pobreza generalizada do povo contrastam com os enormes recursos derivados do petróleo que possuem os setores privilegiados.
A novidade da crise na Líbia nesta quarta-feira (23) foi a ameaça velada feita por Barack Obama e Hillary Clinton de intervir militarmente no país. Cenário é de guerra civil e perigo de divisão do país árabe.
O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, em sua mais recente Reflexão fala das pérfidas intenções das potências imperialistas sobre a Líbia e adverte para a possibilidade de os Estados ordenarem uma invasão da Otan no país árabe.
Em protesto ao governo da Líbia, os embaixadores do país na Índia, na China e na Liga Árabe (que representa 22 nações) pediram demissão nas últimas horas. Os diplomatas informaram, em momentos distintos, que são contrários à forma como o presidente líbio, Muammar Kadhafi, contém os manifestantes desde o último dia 15.