O jornalista Guilherme Amado agitou as redes sociais nesta quinta-feira ao postar na revista Época um título bombástico: “Moro a uma canetada de pedir demissão”. A matéria traz a foto de apoiadores do ministro em Brasília com um boneco gigante dele como Super-Homem – o Super-Moro. Mas pelo teor da especulação, o “marreco de Maringá” – como carinhosamente é apelidado – está mais prestes a virar bagaço no laranjal de Jair Bolsonaro.
Por Altamiro Borges*
O Partido dos Trabalhadores ingressou, nesta quinta-feira (12), no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma queixa-crime contra a conduta dos procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro no episódio que envolveu a interceptação ilegal de um diálogo telefônico entre a então presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
O STF (Supremo Tribunal Federal) se prepara para dar, a partir de outubro, duros recados à operação Lava Jato e ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Segundo ministros ouvidos pela Folha de S.Paulo, a pauta da corte deve ser tomada por julgamentos que podem tornar sem efeitos decisões do ex-juiz e da força-tarefa coordenada pelo procurador Deltan Dallagnol. Apesar da imagem de “infalíveis” nos primeiros cinco anos da operação, Moro e a Lava Jato devem acumular, agora, uma série de derrotas.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu duas vezes ao então juiz Sergio Moro operações contra a filha de um alvo da Lava Jato que vive em Portugal como forma de forçá-lo a se entregar. Apesar de ser titular de contas no exterior que receberam propinas, ela não era suspeita de planejar e executar crimes. É o que apontam mensagens de Telegram trocadas entre procuradores e divulgadas nesta quarta-feira (11) pelo site The Intercept Brasil.
Este final de semana, uma nova reportagem da Folha de S.Paulo em parceria com o site The Intercept Brasil trouxe à tona um novo capítulo sobre o uso político da operação que deveria combater a corrupção no país. A reportagem mostra o então juiz Sergio Moro – atual ministro da Justiça – conspirando abertamente para impedir a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil e tirar a ex-presidente Dilma Rousseff do poder.
Por meio de um manifesto, mais de 150 juristas pedem afastamentos dos procuradores da Lava Jato e a investigação sobre o ex-juiz Sérgio Moro pela “grave transgressão jurídica” na divulgação de áudio de conversas telefônicas entre a então presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo (8), em parceria com Intercept Brasil, revela que os procuradores agiram politicamente para o afastamento da presidenta.
Ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), João Vaccari Neto, estava detido desde abril de 2015 no Paraná por decisão do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, e integrantes da Lava Jato tentaram indicar para a chefia da PGR (Procuradoria-Geral da República) um nome fora lista tríplice e se deram mal. Deltan Dallagnol era a aposta. O próprio presidente Jair Bolsonaro confirmou que ouviu sugestão para indicá-lo, mas o julgou um xiita ambiental.
Por Kennedy Alencar
"Como pode ter no governo um ministro tão poderoso e ambicioso com popularidade superior a do próprio presidente? Era óbvio que esta conta, cedo ou tarde, iria desandar", destaca o colunista do site Brasil 247 Ricardo Capelli
Lavajatismo e bolsonarismo são fenômenos que se confundem. Seus valores são praticamente os mesmos: moralismo exacerbado, messianismo, criminalização da política, ojeriza a evidências científicas e desprezo ao que se convencionou a chamar de estado democrático de direito. Tudo temperado com um maniqueísmo adolescente e com uma profunda, bizarra e constrangedora indigência intelectual.
Por Gustavo Freire Barbosa
Pela primeira vez desde o início da Operação Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou uma sentença do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Nesta terça-feira (27), a 2ª Turma da Corte suspendeu a condenação à prisão de Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil. Em 2018, no âmbito da Lava jato, Moro sentenciou Bendine a 11 anos de prisão em regime fechado pelos supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sob pressão desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) passou a desautorizá-lo reiteradas vezes em público, Sergio Moro está cercado por rumores de demissão. Aliados já chegaram a lhe sugerir sua saída do governo. Mas, segundo o jornal O Globo, a opinião dominante entre eles é a de que o ministro da Justiça deve aguentar calado as derrotas e forçar Bolsonaro a assumir o desgaste de demitir o ministro mais popular da Esplanada se quiser ver Moro fora do governo.