Anos de aprendizagem

A sucessão de tragédias políticas nesses dois últimos anos (2016 e 2017) certamente levará muitos a respirar aliviado pelo fim de ano que se aproxima, na expectativa, justa e merecida, de que o próximo ano seja menos danoso aos trabalhadores e à nação.

Afinal, em 2016 as forças de direita, orientados pela CIA americana, aplicaram um golpe contra o estado de direito e rasgaram a constituição e a soberania popular. Depuseram uma presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros (as) sob o risível argumento de “pedalada fiscal”.

Na verdade, a presidenta Dilma Rousseff era apenas o obstáculo legal que lhes impedia de assaltar a nossa soberania, entregar nosso patrimônio público ao capital estrangeiro e de praticamente extinguir todo e qualquer direito dos trabalhadores.

Hoje, nem mesmo o mais incauto dos “batedores de panela” – como ficou conhecida a horda que servia de massa para o golpe – tem coragem de justificar essa estupidez.

Alguns fingem que não sabem de nada e, no extremo do cinismo, são capazes até de se apresentarem “indignados”. Outros, mais recalcitrantes, ainda teimam em debitar as tragédias do país ao governo anterior.

E há os que, justificadamente, defendem e apoiam o atual governo, na medida em que Temer e seu grupo estão executando exatamente a política de desmonte do estado e supressão de direitos sociais que eles sempre defenderam.

Para esses o golpe não apenas foi legítimo como tardio. Nesse grupo, sem dúvidas, estão os flagrados com malas e apartamentos entupidos de dinheiro sem origem legal. Estão os que aplaudem a volta do trabalho escravo, a supressão dos direitos trabalhistas e, o crime dos crimes, a reforma da previdência para impedir que as pessoas simples se aposemtem.

Diante de tudo isso talvez seja compreensível que muitos torçam para o ano acabar. Mas é preciso ver tal tragédia dialeticamente, onde todos os fenômenos estão interligados, interconectados e interdependentes e, portanto, em constante transformação e evolução.

Sob essa ótica esse período representa anos de aprendizado, duro aprendizado é bem verdade, mas de rico ensinamento popular. Momento apropriado para reflexão e não apenas críticas aos outros. Momento para tirar lições e tomar medidas práticas, como apresentar um novo projeto de desenvolvimento sustentável para o país.

E foi exatamente embalado por esse sentimento autocrítico que o nosso Comitê Central (CC) aprovou a candidatura presidencial da camarada Manuela D’Ávila. Concluiu, em tempo, que ninguém pode falar por nós, a não ser nós próprios.

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