Manuela D’ávila anuncia que não disputará Prefeitura de Porto Alegre 

O deputada estadual Manuela D’ávila anunciou na noite desta quarta-feira que não disputará este ano a Prefeitura de Porto Alegre, sua cidade natal. Para decidir, Manuela levou em conta a necessidade de dar atenção à fillha Laura, nascida há apenas cinco meses. “Sei o quanto ela precisa de mim em seus primeiros mil dias, fundamentais para o desenvolvimento”, argumentou a jovem mãe comunista.

Manuela

“Não adiantaria lutar pelo desenvolvimento de nossos bebês e não fazer valer a minha luta para minha própria filha! Mais do que com teorias, é com a nossa prática que mudamos a realidade.” Este é o justo convencimento da deputada Manuela D’ávila, ao anunciar sua decisão em sua página pessoal no Facebook.

Manuela inicia sua nota reafirmando como correta a decisão de disputar um mandato de deputada estadual depois de haver exercido três mandatos federais. Diz ela: “O tempo mostrou que tomei a decisão certa: Ser deputada estadual tem sido fascinante! Há algo diferente e novo acontecendo, as formas de participação social foram transformadas e, ainda mais do que antes, a população exige novas formas de representação”. 

Sobre ser prefeita de Porto Alegre, afirma: “Nunca escondi de ninguém a vontade de administrar a cidade em que nasci e que vivo. Foi por isso que concorri a prefeita por duas vezes, a primeira delas aos 26 anos, apresentando um programa de governo muito atual. Nessas eleições que disputei, já dizíamos que na inteligência e na capacidade de nossas pessoas, temos o potencial necessário para superar os desafios e problemas que vivemos no cotidiano”. Mas em relação à disputa deste ano, diz que conversou “com amigos e com militantes de meu partido, o PCdoB, diante das movimentações de setores da sociedade em torno de uma eventual candidatura minha nas eleições de 2016, decidi tornar pública minha decisão de não concorrer à Prefeitura municipal”, e argumenta, corretamente, como mulher e mãe dedicada: “como feminista acredito no direito de cada mulher decidir sobre seu corpo e sua vida. Essa é a minha escolha”.

Mesmo fora da disputa, a deputada do PCdoB, com certeza, estará, como militante, “engajada em uma candidatura que represente (…) uma frente política e social ampla, que unifique partidos, movimentos e pessoas que queriam transformar nossa cidade em mais desenvolvida, humana e justa”. 

Leia a íntegra da nota de Manuela D’ávila:

Porque não concorrerei à Prefeitura

Em 2013, decidi não concorrer à reeleição de deputada federal, após oito intensos anos em Brasilia, optando por concorrer à Assembleia Legislativa. Eu desejava voltar a viver no Rio Grande, convivendo mais de perto com a população e com os movimentos sociais. O tempo mostrou que tomei a decisão certa: Ser deputada estadual tem sido fascinante! Há algo diferente e novo acontecendo, as formas de participação social foram transformadas e, ainda mais do que antes, a população exige novas formas de representação.

Naquela ocasião, muitos diziam que eu voltava a Porto Alegre por um mero cálculo político: concorrer à prefeitura municipal. Nunca escondi de ninguém a vontade de administrar a cidade em que nasci e que vivo. Foi por isso que concorri à prefeita por duas vezes, a primeira delas aos 26 anos, apresentando um programa de governo muito atual.

Nessas eleições que disputei, já dizíamos que na inteligência e na capacidade de nossas pessoas, temos o potencial necessário para superar os desafios e problemas que vivemos no cotidiano. Por isso, penso que para administrar Porto Alegre é preciso saber dialogar e incorporar essas capacidades na gestão da cidade, transpondo os limites da politica tradicional. Afinal, muito do que há de novo no mundo, dessas novas formas de ativismo político, já foi ou é experimentado no cotidiano porto-alegrense. Porém, conversando com amigos e com militantes de meu partido, o PCdoB, diante das movimentações de setores da sociedade em torno de uma eventual candidatura minha nas eleições de 2016, decidi tornar pública minha decisão de NÃO concorrer à prefeitura municipal.

Sou militante desde os 17 anos. Nesse período, disputei seis eleições. Aos 23 assumi meu primeiro mandato. São mais de onze anos de dedicação às causas que julgo corretas para contribuir com o desenvolvimento do Brasil e a construção de um futuro melhor. Dentre essas causas estão, justamente, aquelas que dizem respeito ao desenvolvimento de nossas crianças na primeira infância. Minha filha Laura tem apenas cinco meses. Sei o quanto ela precisa de mim em seus primeiros mil dias, fundamentais para o desenvolvimento. Não adiantaria lutar pelo desenvolvimento de nossos bebês e não fazer valer a minha luta para minha própria filha! Mais do que com teorias, é com a nossa prática que mudamos a realidade. Além disso, sei o quanto uma campanha é tensa, desgastante, e sei que, infelizmente, no momento da campanha eleitoral quem está na frente se torna o alvo de ataques que, não raramente, transcendem o limite da ética. Sei isso pela experiência própria de duas campanhas majoritárias. Aliás, experimento isso todos os dias nas redes sociais, tão somente diante da especulação sobre minha eventual candidatura. Não vou a expor a esse ambiente, que tanto tentamos mudar, num momento tão crucial de sua vida.

Como feminista acredito no direito de cada mulher decidir sobre seu corpo e sua vida. Essa é a minha escolha. Agradeço aos militantes de meu partido e simpatizantes de nosso projeto para a cidade pela sensibilidade, compreensão e respeito sobre minha escolha. Agradeço, emocionada e honrada, o carinho e identidade política dos porto-alegrenses ao me indicarem líder de todas as pesquisas de opinião. Agradeço aos partidos que sinalizaram a possibilidade de representá-los. Isso demonstra que estamos sintonizados no desejo de mudança para nossa querida capital e que meu trabalho, ao longo desses anos de mandatos, tem sido bem avaliado.

Sigo acreditando na formação de uma frente política e social ampla, que unifique partidos, movimentos e pessoas que queriam transformar nossa cidade em mais desenvolvida, humana e justa. Porto Alegre tem muitos líderes políticos capazes, que podem ser prefeitos de nossa cidade. Com certeza, estarei, como militante, engajada em uma candidatura que represente esse projeto. Seguirei contribuindo, como deputada estadual, para que o Rio Grande busque caminhos pra enfrentar sua crise econômica e social. E o meu momento, o povo decidirá, no futuro, quando deve chegar. Um beijo e boa luta!

Do Portal Vermelho