Usuários dos SUS defendem sistema que atende todo mundo
O portal Vermelho conversou com alguns usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) durante ato em defesa da saúde pública no Brasil realizado nesta quarta-feira na Assembleia Legislativa de São Paulo. Todos foram unânimes na defesa do SUS identificando também os desafios para que o sistema seja aprimorado e não extinto, como prega o novo ministro da saúde do governo ilegítimo de Michel Temer, Ricardo Barros (PP_PR).
Por Railídia Carvalho
Publicado 18/05/2016 20:27


Antonio Leandro dos Santos, aposentado, conselheiro municipal de Pindamonhangaba
Acompanha o SUS desde a criação. Para ele é o melhor convenio que existe. Lembrou que os planos de saúde quando tem que fazer qualquer exame média e alta complexidade eles mandam para o SUS e não cumprem a cobertura para o conveniado do que ele necessita. “Querem acabar com a CGU que fiscaliza os planos. Se acontecer isso teremos a recessão do sistema público. Acho que todos os brasileiros tem que combater essa proposta. O SUS é universal, um sistema que você chega só com o RG e é atendido em qualquer lugar do pais. Agora querem acabar com ele. Eu cho que isso não é democracia. Democracia é manter as coisas boas que tem no pais”.

“Quem está na periferia de São Paulo que vê um povo tão excluído e quanto vê a grande conquista que é ter um posto próximo de casa, um atendimento de qualidade para todo mundo e você não tem que pagar. E imaginar que isso tudo está em risco. É o momento da mais preocupante”, afirmou Fátima.Para ela a saúde não deveria ser vista como mercadoria. Fátima pensa que existem muitos desafios para a saúde pública, entre eles a comunicação com o público. “Se você sabe que vai esperar muito tempo você reage melhor. Eu utilizo o sistema, a minha mãe, a família inteira. O que a gente vê como dificuldade é essa questão da comunicação mas as coisas melhoram quando você estabelece o diálogo com os profissionais das unidades. Eu ocupo, acho que nós temos que ocupar porque é nosso”.
Rosane, 67 anos, trabalhadora do lar, conselheira estadual de saúde.
Ele nunca teve plano de saúde, até que aos 59 anos descobriu um câncer e precisou de cuidados médicos mais frequentes. Fez todo o tratamento pelo SUS e se mostrou muito satisfeita com a acolhida pelo sistema. “Olha vai ser muito triste se acabar. Sempre fui muito bem atendida em Rio Claro. Lá o SUS funciona. As pessoas elogiam. Porque é um direito de todos. A assistência é integral e seria muito triste que acabasse”.
Bruno Almeida, assessor parlamentar, 32 anos
“Desde que eu nasci uso o SUS e baseado neste contexto do ministro é muito fácil falar. É fácil querer cortar. Ele nunca usou o SUS não sabe como funciona e não sabe o que precisa ou não. Devido a isso, a esse argumento infeliz é a gente da base, da periferia que acaba sendo penalizado por isso”, disse. Ele lembrou que o sistema tem falhas e muitas vezes é ineficaz e atribuiu isso a interesses dos planos privados. “Infelizmente a gente sabe que não funciona porque se funcionar direito vai acabar com os convênios médicos e a gente sabe que tem gente por trás com interferência direta no SUS”, opinou.

“Espero que isso não aconteça. Acredito que é uma fase. Espero que o SUS continue. Até porque ele atende todo mundo. Eu sou usuário, a minha família toda. Meu pai tem 84 anos tem alzheimer, toma remédio contínuo e a gente pega no SUS, um remédio de alto custo. Se não fosse isso ele já teria falecido porque o alzeheimer é progressivo. Meu pai é aposentado e ganha salário mínimo. Ele não teria condições de comprar. Embora seja criticado, e eu acho que é porque todo mundo usa. Por outro lado tem poucos recursos mas, na minha opinião, o SUS é bom por isso porque atende todo mundo. Além dos recursos, acho que precisa melhorar a gestão”.