MP-RJ é acionado para cobrar contratação de médicos pelo governo Temer

A crise na saúde pública do Rio de Janeiro continua grave. Sem médicos e enfermeiros, o atendimento da população, dia após dia, fica mais precário e essa realidade ainda não tem previsão de mudar. Há um déficit de 3.592 profissionais no estado e mesmo com determinação judicial para renovação de contratos temporários, o Ministério da Saúde não repôs as vagas. Aliás, repôs, 85.

Por Christiane Peres

Reunião MP - Ascom Jandira Feghali

Com o objetivo de ver ações possíveis para cobrar as contratações do governo Temer, a coordenadora da Comissão Externa da Câmara que analisa a situação das emergências dos hospitais federais do Rio de Janeiro, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), Nelson Nahon, e Sabrina Seibert, representando o Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ) foram ao Ministério Público do Rio na segunda-feira (5).

“Estamos vendo quais as providências necessárias para fazer com que o governo Temer cumpra decisão liminar e colocar os profissionais dentro dos hospitais para atender o povo, pois dos mais de 3,5 mil contratos que estão faltando, o governo contratou 85. E ainda tem o desplante de dizer que está tudo bem na saúde. Não sei em qual mundo esse ministro vive”, afirmou Jandira em referência à uma audiência com o ministro Ricardo Barros na Câmara, onde ele afirmou que sua gestão à frente da Pasta havia sido “transformadora” e que a saúde no país “ia bem”.

Na ocasião, a parlamentar questionou Barros sobre as contratações. No entanto, o responsável pela Pasta afirmou que aguardava deliberação do Ministério do Planejamento. “Eles ficam nesse jogo de empurra, mas estamos falando de vidas”, disse a parlamentar.

O presidente do Cremerj reforçou a urgência das contratações. Segundo Nelson Nahon, chega a faltar roupa de cama nos hospitais. “A situação está extremamente grave nos hospitais federais do Rio. Chega ao ponto de cirurgias serem desmarcadas por falta de roupa de cama. É fundamental que o governo libere essas contratações”, disse.

Segundo Sabrina Seibert, a falta de profissionais sobrecarrega os que estão em atividade, prejudicando o atendimento oferecido. Para ela, o “trabalho conjunto da comissão externa, do Cremerj e do Coren estão sendo essenciais para tentar melhorar a saúde do Rio”.

Após a reunião com o juiz federal Firly Nascimento, a expectativa é de intimação de representante do Ministério do Planejamento para cobrar a liberação das contratações.