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Olívia pede questiona demolição de terreiro de candomblé

A ação da prefeitura de Salvador, realizada na quarta-feira (27) pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), chocou a vereadora Olívia Santana. Parte do terreiro Oyá Onipó Neto, localizado na Avenida Jorge Amado, n

“Vieram dez homens da SUCOM acompanhados de três viaturas da Polícia Militar, que ordenou a demolição do espaço sagrado, mesmo sem possuir documento em mãos que comprovasse a determinação por ordem da superintendente Kátia Carmelo”. Esse relato é do presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA), Leonel Antonio Monteiro Pinto.



A ação da prefeitura de Salvador, realizada na última quarta-feira (27) pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (SUCOM), chocou a vereadora Olívia Santana. Parte do terreiro Oyá Onipó Neto, localizado na Avenida Jorge Amado, no bairro do Imbuí foi demolido. “Tudo foi destruído! Indumentárias, adereços, objetos de valores significativos foram destruídos”, diz Pinto.



Olívia Santana visitou as ruínas para levar condolências à Mãe Rose de Matamba, responsável pelo Oyá Onipó Neto. A vereadora prometeu entrar com um requerimento na Câmara Municipal do Salvador para solicitar aos órgãos competentes pela ação informações detalhadas e os motivos desse ato.



“O Terreiro já funciona há 28 anos naquele local. Depois de tanto tempo destróem e alegam que o terreno é uma área pública. Isso não é compreensível”, afirma Olívia Santana. No mesmo dia ela entrou com o requerimento no Poder Legislativo Municipal. Agora, é preciso aguardar o posicionamento da superintendente da Sucom, Kátia Cristina Gomes Carmelo.



Apesar do alegado pela Sucom, que o terreno é público, Mãe Rose possui um documento de posse, paga IPTU, conta de água e luz e cumpre com todos os impostos instituídos pela prefeitura de Salvador. Inclusive, o Oyá Onipó Neto está incluído no projeto de Mapeamento dos Terreiros de Salvador.



Para o presidente da AFA esse é mais um ato de intolerância religiosa. “O sentimento de todo povo de santo é de que tudo aquilo que construímos foi jogado no chão, por falta de respeito”, desabafa.



Outra informação dada pela Sucom é que existe uma ação movida pelos moradores contra o terreiro. “Nunca houve protesto algum e o presidente da Associação de Moradores da São Camilo pode afirmar isso. Ele mesmo desmentiu junto ao Ministério Público”, esclarece Pinto.



Cabe citar que não conseguimos entrevistar Mãe Rose para essa matéria, pois a mesma continua em estado de choque. O prejuízo da ação é incalculável. “Ainda não avaliamos a perda material, mas a perda maior, sem dúvidas, é a nossa fé, a falta de respeito ao próximo, a arrogância e a frieza da secretaria Kátia Carmelo que conduziu o Oyá Unipó Neto ao declínio material”, conclui Pinto.