Frente Popular se une novamente para manter Governo do Acre
A Frente Popular, que governa o Acre há sete anos, estará novamente unida nas eleições deste ano. O assunto foi tema do discurso da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) no plenário da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (24). Além do PT e do PCdoB, tam
Publicado 25/03/2006 17:30
Perpétua expôs o resultado da reunião em que participou junto com outras lideranças acreanas que formam a Frente Popular. “Tanto o Partido dos Trabalhadores quanto a direção da Frente Popular do Acre chegaram à conclusão de que o melhor nome para comandar este novo momento que o Acre vai viver, pela serenidade, pelo esforço e dedicação que mostrou — uma das nossas maiores conquistas — na área da educação, é o companheiro Arnóbio (Binho) Marques (PT), nosso atual vice-governador”, anunciou a deputada.
O nome para disputar as eleições no Acre será homologado neste domingo (26), na convenção do PT e, na segunda-feira (27), na reunião da Frente Popular.
“O meu partido, PCdoB, que ajudou a construir essa bela história no Acre participa da Frente Popular, aliás, o maior legado do povo acreano. Como disse a Ministra Marina, a Frente Popular, hoje, é maior do que qualquer instituição brasileira no que se refere à questão política do meu Estado. Ela é maior do que as suas próprias figuras”, disse Perpétua.
Minisérie da Globo
A história do Acre – que vai de Galvez até Chico Mendes, é o tema da próxima minisérie que a TV Globo está preparando com o título de “A saga da Amazônia”. Para Perpétua Almeida, “os oito anos do Governo Jorge Viana reescreveram uma nova história no Acre. Foi exatamente por conta desse brilhante trabalho, que a acreana Glória Perez está escrevendo a próxima minisérie da Globo falando do nosso Acre. Somente um Estado que incorpora os ideais de florestania, de acreanidade, conquista um espaço como esse numa das maiores emissoras de televisão”, afirmou.
“A Frente Popular do Acre, ao assumir o Governo do Estado, em janeiro de 1988, decidiu resgatar os preceitos da Revolução Acreana liderada por Plácido de Castro, que definiu serem aquelas terras brasileiras. Buscamos também inspirações nos autonomistas, que se empenhavam em transformar o então próspero Território em Estado da Federação”, conta a parlamentar.
Novo tempo
A deputada relatou os acontecimentos do Estado do Acre, nos últimos sete anos, no governo da Frente Popular. Para enfrentar o clima de insegurança, o governo adotou medidas de valorização do Ministério Público “e as polícias civil e militar cortaram na própria carne”, nas palavras da deputada. Ela avalia que estas medidas visaram recuperar a confiança nas instituições de segurança do Estado.
“Nas áreas de saúde, educação e segurança pública foram priorizados os mais altos investimentos do Estado. Servidores foram formados, estruturas administrativas foram modernizadas, programas se iniciaram e hoje o governo acreano consolida as ações de estruturação da máquina administrativa”, diz Perpétua
Os salários de professor e policial militar estão entre os cinco maiores do país. Perpétua destacou a participação das categorias sindicais nas negociações, enfatizando a idéia de que “os servidores são fundamentais para a sobrevivência da nossa estrutura administrativa. São 12 mil pais e mães de família que hoje temem sua demissão, por terem ingressado na administração pública sem concurso antes da Constituição de 1988. O Acre, Estado que avançou tanto e agora faz política com decência, não pode prescindir de 12 mil servidores públicos”.
Governador da florestania
Além de destacar a atuação do governador na organização administrativa do Estado, a parlamentar atribui a Jorge Viana, a quem define como “Governador da florestania”, ações importantes na implantação de melhores condições de infra-estrutura. “Investiu-se nas estradas da zona rural e conseguimos êxito. As safras plantadas hoje conseguem chegar aos mercados e serem comercializadas, gerando emprego e renda no meu Estado”, afirmou.
O governo do Acre tem como diretriz não prejudicar as populações tradicionais, não agredir a floresta e respeitar o equilíbrio ambiental. “No Acre é possível, sim, fazer estradas, juntando-nos aos povos indígenas, aos seringueiros, aos trabalhadores rurais, aos empresários, dando-lhes as mãos. É possível fazer isso sem danificar o meio ambiente”, explicou Perpétua.
O presidente Lula esteve recentemente no Estado para inaugurar a ponte sobre o rio Acre, ligando definitivamente o Brasil ao Peru e ao Oceano Pacífico. O evento é considerado um marco vital para a integração do Brasil à América Latina, onde as relações diplomáticas avançam e já constróem um próspero intercâmbio comercial entre Brasil, Bolívia e Peru, comentou Perpétua.
Herança maldita
Para dar destaque ao trabalho “liderado pelo companheiro Jorge Viana”, a deputada comunista lembrou a situação de “estado falido e sucateado” herdado pelo atual governo. “O funcionalismo público estava com mais de três meses de salários atrasados, os fornecedores não recebiam há muito tempo. O Acre estava inadimplente em quase todos os Ministérios e instituições financeiras”, conta Perpétua.
A parlamentar comunista lembra ainda a existência em 1998 “de um clima que aterrorizava as famílias acreanas. Não se tinha a menor confiança nas instituições públicas, onde a polícia se transfigurava em esquadrão da morte e estava a serviço dos interesses do narcotráfico”. Ela destaca que “esta foi uma das principais batalhas que enfrentamos naquele Estado”.
De Brasília
Márcia Xavier