Funcionários da prefeitura de São Bernardo do Campo entram em greve

Por M.A. Ruy, de São Bernardo do Campo (SP)

Nesta quarta-feira (5), os funcionários públicos da Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo vão cruzar os braços, na segunda paralisação de advertência, de 24 horas, protestando contra a falta de po

A greve ocorre justamente no momento em que o prefeito William Dib, do PSB (Partido Socialista Brasileiro) oferece a “enorme” quantia de 2% de reajuste salarial, quase nada perto dos 80% de perda salarial acumulada nestes anos pelos 12 mil servidores do município.

 

Os trabalhadores públicos lutam também pela revogação da lei aprovada em fins de 2005 que determina a passagem dos conveniados ao plano de saúde Intermédica para o Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo). Os usuários da Intermédica tinham descontados em folha de pagamento 3%, já com os dependentes. No caso do Imasf, o desconto passa para 5%, e os dependentes pagam a parte.

 

A luta dos servidores – De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores, Vânia Aparecida de Souza, o movimento teve início em fins de 2005, no momento da aprovação desse projeto do Executivo e pelos vereadores que o prefeito comanda na Câmara Municipal, onde tem o apoio de 17 dos 21 parlamentares. Cerca de 300 funcionários acompanhavam as sessões da Câmara, à espera de que os legisladores intermediassem as negociações com o prefeito para a revogação desse projeto.

 

Mas, ao contrário, no dia 22 de março, na presença de 3.000 trabalhadores, o prefeito ordenou que se fechasse a praça Samuel Sabatini, onde fica a prefeitura, impedindo a manifestação pacífica dos trabalhadores. Apesar de pertencer ao histórico PSB, que tem um extenso currículo de lutas pela democracia, o prefeito Dib apóia o candidato tucano da Opus Dei à Presidência da República, contrariando a decisão do partido ao qual pertence. Os vereadores não atenderam aos funcionários e negaram-se a intermediar a negociação com o prefeito.

 

A verdade à tona – Após a manifestação de 22 de março, houve uma assembléia com mais de 3.000 trabalhadores, onde foi decidido o estado de greve na categoria e eleita uma comissão negociadora. Em 28 de março, houve outra manifestação, uma das maiores ocorridas em São Bernardo nos últimos tempos, com 7.000 servidores públicos. Desta vez, o prefeito foi obrigado a ceder, e os manifestantes tomaram conta da praça — que é do povo.