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Greve geral contra ditadura paralisa o Nepal
Cerca de mil pessoas foram presas no segundo dia de protestos contra a ditadura imposta pelo rei Gyanendra no Nepal. Trabalhadores de diversos setores aderiram à greve e as forças de repressão não economizaram na força p
Publicado 07/04/2006 10:24
Uma greve geral contra a ditadura imposta pelo rei Gyanendra paralisou pelo segundo dia consecutivo o Nepal. As forças policiais prenderam mais de mil pessoas, entre eles centenas de dirigentes políticos, informaram dirigentes do Partido do Congresso, um dos maiores partidos do país.
A greve está programada para durar quatro dias e foi organizada pelos sete principais partidos de oposição. Os trabalhadores dos transportes públicos pararam completamente as atividades e os bloqueios de manifestantes impediram a circulação normal de automóveis por todo o país.
A maioria dos estabelecimentos comerciais, educacionais e industriais permanecem fechados, enquanto acontecem enfrentamentos esporádicos entre manifestantes e as forças de repressão.
Bombas de gás
Para conter os manifestantes, a polícia usou bombas de gás e violência. "O governo do rei está com os dias contados", disse Sova Sapkota, militante do Partido Comunista do Nepal, à agência de notícias France Presse. "Vamos continuar a desafiar a proibição", afirmou.
Durante diversas manifestações em Katmandu, capital do país, "pelo menos 100 membros do Congresso e 100 membros do Partido Comunista do Nepal Marxista-Leninista Unificado foram detidos", disse Shovarkar Parajuli, um dos responsáveis do Congresso nepalês, principal partido da oposição. Segundo ele, a polícia usou gás lacrimogéneo e matracas — máquinas que simulam o ruído de disparos — para dispersar os manifestantes.
Pelo menos uma pessoa morreu durante os enfrentamentos com a Polícia. Trata-se de um militante do Partido Comunista do Nepal – Maoísta (PCN-M), que não resistiu aos ferimentos provocados pela polícia e faleceu ontem em Rajbiraj, cerca de 250 quilômetros ao sudeste de Katmandu.
Os empregados do Banco Nepal Rastra, a autoridade monetária do Nepal, abandonaram hoje seus postos de trabalho em protesto contra a ditadura Apesar da represália por parte do governo, a oposição promete manifestações ainda maiores para amanhã.
Com agências internacionais