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Marcos Pontes faz hoje última experiência

Às vésperas do início de seu retorno à Terra, o cosmonauta Marcos Pontes inicia a última experiência programada para a Missão Centenário. Ele trabalhará no projeto da Universidade Estadual do Rio de janeiro, sobre danos e

O cosmonauta Marcos Cesar Pontes começa nesta sexta-feira a realizar o último dos experimentos nacionais que tinham sido programados para a Missão Centenário. Ele trabalhará no projeto da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), que envolve o estudo de danos e reparos ao DNA causados por radiação em bactérias.

Segundo os pesquisadores que conceberam o experimento, o trabalho dele será o de apertar um botão. Mas Pontes também deve dar fim, hoje, a outros experimentos em andamento -inclusive os que começaram com a chegada do cosmonauta brasileiro à EEI (Estação Espacial Internacional), em 1º de abril, envolvendo o cultivo de plantas (feijões e a árvore gonçalo-alves) no espaço.

Quarta-feira o cosmonauta conversou com o presidente Luiz Ignacio Lula da Silva, por videoconferência. O presidente comparou a emoção da decolagem da Soyuz TMA-8 ao espaço à emoção que sentia ao ver o também brasileiro Ayrton Senna — tricampeão mundial de Fórmula 1 falecido em 1994 — levando a bandeira brasileira ao lugar mais alto do pódio.

'Em poucos momentos da história do Brasil nós tivemos orgulho de um brasileiro como estamos tendo de você. Você, quando partiu (para o espaço) me lembrava o Ayrton Senna com a bandeira nacional', disse Lula, que conversou com o cosmonauta da sala de audiências da Presidência da República, em Brasília. Lula pediu ainda a Pontes que 'transmitisse esperança' para as crianças. 'Obrigado por tudo, eu vou estar aguardando ansiosamente para voltar ao Brasil e dar um abraço na minha terra', disse o cosmonauta.

Na quinta, Pontes conversou com alunos de 11 a 16 anos do Sesi (Serviço Social da Indústria) e do Senai (Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial) de Brasília. O bate-papo foi realizado na sede da AEB (Agência Espacial Brasileira). Foi o segundo dos três contatos organizados pelo governo brasileiro com o cosmonauta no espaço — o último ocorre hoje.

A bordo da EEI, o clima é solene: é hoje a cerimônia oficial de passagem de comando do complexo orbital. Até então sob a batuta do americano Bill McArthur, comandante da Expedição 12, a estação passará às mãos do russo Pavel Vinogradov. A ele e a seu colega americano Jeffrey Williams caberá a responsabilidade de preparar a EEI para receber a visita do ônibus espacial Discovery, em julho. Ele trará um terceiro tripulante fixo para o complexo, o alemão Thomas Reiter.

Os antigos ocupantes, McArthur e Valeri Tokarev, devem voltar à Terra junto com Marcos Pontes, amanhã. O retorno será feito na nave Soyuz TMA-7, que já está há seis meses atracada à EEI.

O destino do cosmonauta brasileiro ainda é incerto. A rigor, ele deveria voltar a trabalhar no Centro Espacial Johnson, em Houston (EUA), onde cumpre o papel de intermediário entre o governo brasileiro e a Nasa na gestão da participação nacional na EEI. Mas o presidente da AEB, Sergio Gaudenzi, diz que seu retorno ao centro de treinamento de astronautas americanos não é certo.

"Eu vou conversar com ele, assim que ele retornar, e ver o que ele quer fazer", diz Gaudenzi. O que é certo é que o cosmonauta, assim que voltar ao país, deverá fazer uma peregrinação por vários Estados, proferindo palestras sobre sua recente aventura espacial.

Com informações da Folha de S.Paulo