Itália, nervosa, conta voto a voto; resultado incerto

Uma nervosa contagem de voto por voto substituiu, na Itália, a vantagem apontada nas pesquisas de boca-de-urna que indicava uma vitória da união de centro-esquerda sobre a coalizão das direitas, nas eleições de domingo e

Na Câmara, com 40 mil das 60 mil seções apuradas, a “União” de Prodi aparecia com uma minúscula vantagem: 50,7% dos votos contra 48,7% para a “Casa das Liberdades” de Berlusconi. No Senado, a situação se invertia: Prodi 49,1%, Berlusconi 50,0%.


Projeções divergentes


No início desta terça-feira, hora de Roma, as projeções dos institutos estatísticos divergiam sobre o resultado do braço de ferro. O Nexus projetava, para o Senado, uma vitória da “União” em votos (50,2% a 48,8%) mas uma derrota em cadeiras (151 contra 158). Para a Câmara, a “Casa das Liberdades” ganharia por… 0,1%.

Já o DS indicava vantagem para a centro-esquerda no Senado, dando a esta 158 cadeiras contra 150. Para a Câmara, projetava uma vitória também de Prodi, por 1,5%.

Prodi terminou constrangido a suspender o discurso da vitória, já convocado para a Praça Santi Apostoli, no Centro Velho da capital italiana. De certo, na eleição, apenas o comparecimento maciço: 83,6% dos eleitores italianos votaram, embora o voto não seja obrigatório. Nas também disputadas eleições de 2001, o comparecimento foi de 81,4%.


Refundação Comunista


Segundo as projeções, os Democráticos de Esquerda (PDS), que são a força principal dentro da “União”, deviam fazer 60 senadores (17,5% dos votos). A Refundação Comunista seria a segunda força enquanto partido isolado, com 7,4% dos votos e 26 senadores. Para a Câmara, a frente “Oliva”, que dompreende o PDS, aparecia com 31,3% e a Refundação com 5,8% do total dos votos, ainda sem previsão de cadeiras.

O Senado e a Câmara dos Deputados têm o mesmo poder no sistema parlamentarista  italiano. Para formar governo, será preciso ter maioria nas duas casas. Caso contrário, os dois lados concordam que a saída será realizar novas eleições. Neste caso, o presidente (que é eleito indiretamente e tem pequeno peso na vida política) pode formar um governo-tampão até a nova consulta às urnas.

Com agências