Greve dos professores em São Paulo se fortalece

O impacto da greve de professores e funcionários da rede paulistana é cada vez maior. Além de manifestações massivas por São Paulo, o movimento vem ganhando respeito da grande imprensa, que passou a denunciar as pr

Contra as pressões que a categoria está sofrendo, o Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação e Ensino de São Paulo) conclama os trabalhadores a intensificar o movimento. A manifestação desta quarta-feira ocorre às 14h, em frente à Secretaria Municipal de Gestão. Enquanto trabalhadores de educação protestavam nas ruas de São Paulo na terça-feira, o governo municipal publicava nota apresentando a proposta de pagamento, em julho, da Gratificação por Desenvolvimento Educacional (GDE), no valor de R$ 350.

Ao mesmo tempo, a administração que está sob o comando do ex-assessor de Pitta, Gilberto Kassab, intimida a categoria e ameaça com desconto e outras represálias. A principal reivindicação dos trabalhadores é o aumento, para R$ 960, do piso salarial de profissionais em início de carreira. Para uma jornada de 20 horas por semanas, professores em início de carreira recebem R$ 509. Já novos funcionários ganham ao menos R$ 457 por 40 horas semanais. A categoria também luta por convocação de docentes aprovados em concurso e redução do número de alunos por sala, entre outras reivindicações.

Desmonte –
A dupla Serra-Kassab já foi alvo seis manifestações — nos dias 17, 28 e 31 de março e 4 e 7 de abril. Reportagem da “Folha de S.Paulo” confirmou a precarização do ensino denunciada pelo Sinpeem. Dentre todas as capitais do Brasil, São Paulo só não paga pior, proporcionalmente, do que Vitória (ES). São apenas R$ 7,68 por hora-aula na capital paulista, ante R$ 8,17 no Rio de Janeiro (RJ) e R$ 12,22 em Belo Horizonte (MG).

Os trabalhadores da educação em São Paulo não têm aumento real de salários há dez anos, mas a pauta de reivindicação da categoria é mais abrangente e passa pela valorização dos profissionais. A greve, segundo nota do sindicato, é “uma resposta às políticas que vem sendo aplicadas pelo governo municipal, que vem se recusando a atender às reivindicações econômicas, funcionais e de alteração das diretrizes educacionais implantadas na rede, como o programa ‘São Paulo é uma escola’”.

O documento também acusa que “faltam profissionais, condições físicas e logísticas para a implantação deste projeto, provando a total contradição entre o programa e a realidade vivenciada na rede pública do ensino municipal”.

Adesões –
A capital paulista tem 1.292 escolas municipais. De cada quatro colégios, três estão total ou parcialmente parados. Além da crescente adesão à greve entre professores e funcionários, agora a luta conta também com o apoio de servidores de outras áreas. Os funcionários públicos municipais entendem que a luta por um serviço público de qualidade com reposição das perdas salariais e melhores condições de trabalho é de todo o funcionalismo municipal.

Dessa forma, os trabalhadores presentes à assembléia no Sindsep, em 8 de abril, aprovaram, por unanimidade, iniciar uma vigorosa mobilização na categoria, com paralisações nos locais de trabalho, a partir desta quarta-feira, dia 12, compartilhando a manifestação dos profissionais da educação.

A assembléia aprovou também, pela continuidade da mobilização unificada em preparação ao ato do dia 27 de abril, quando, às 14 horas, acontecerá a reunião da Mesa de Negociação em torno da pauta de reivindicações. Os funcionários públicos municipais de São Paulo não aceitam negociações fragmentadas e reajustes diferenciados como propõe a prefeitura.