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Manobra tucana adia depoimento de filho de Alckmin envolvido em denúncia de corrupção

O PSDB paulista se utilizou ontem de manobra regimental em tumultuada sessão na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa para adiar a votação do convite a depor de Thomaz Rodrigues,

O PSDB paulista se utilizou ontem de manobra regimental em tumultuada sessão na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa para adiar a votação do convite a depor de Thomaz Rodrigues, 22 anos, filho de Geraldo Alckmin, e de Suelyen Jou, 23 anos, filha de Jou Eol Jia, acupunturista particular do ex-governador de São Paulo, e sócia de Rodrigues. Utilizando-se de um pedido de vista, o deputado estadual Vaz de Lima (PSDB) conseguiu adiar para terça-feira a votação.


Os dois jovens são sócios em uma loja de produtos naturais, para onde pacientes do acupunturista são orientados a irem quando não encontram as ervas receitadas. Jia é proprietário da revista " Ch´an Tao " , que recebeu R$ 60 mil em publicidade da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista em 2005. Além disso, ministrou cursos de medicina chinesa a servidores estaduais, por meio de um convênio assinado com a Secretaria Estadual de Educação.
Na sessão da comissão houve bate-boca e troca de acusações entre petistas e tucanos, em especial entre os deputados Renato Simões (PT) e Edson Aparecido (PSDB), que classificou os petistas de " ladrões e corruptos " . O clima esquentou também devido à presença de integrantes de sindicatos de bancários, que faziam protestos anti-Alckmin.


O candidato tucano evitou comentar o episódio, mas disse que os petistas o atacam porque estão em campanha. " Assembléia Legislativa é outro poder. Mesmo quando era governador jamais influi na Assembléia. Na realidade o PT, que chegou lá no fundo do poço. Na história republicana não tem nada semelhante. Agora é só ataque. Ataque, ataque, ataque. Acabei de receber um jornal da CUT, 1,5 milhão de exemplares, só com ataque. Não tem nenhuma matéria que não seja ataque. Quem está pagando isso? Isso é pré-campanha. ", afirmou Alckmin, que tem agenda para as próximas semanas mais de uma dezena de viagens a diversos estados para fazer o que ele acabar de criticar: campanha.


Questionado se ficava chateado ao ver o filho envolvido no noticiário, disse que " vida pública é pública " . " (É) um menino sério. (Tem uma) microempresa, (está) trabalhando. Não tem nenhuma relação com o governo " . Afirmou não acreditar que isso venha a influenciar sua colocação nas pesquisas eleitorais. " O povo não é bobo. População sabe separar o joio do trigo. "


Além do adiamento da votação do convite, o deputados estaduais do PSDB também entraram com questão de ordem contra a decisão da Comissão de Finanças e Orçamento de convocar o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, e do secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce. Monteiro foi convocado para explicar por que o banco estatal autorizou que fossem veiculadas propagandas institucionais em jornais de deputados da base de Alckmin. Arce foi convocado para ser inquirido sobre as razões pelas quais manteve por cerca de um ano o serviço de duas empresas de publicidade, embora não houvesse contrato assinado entre ambas as partes. O pedido será analisado pelo presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia.
 

Alckmin se reuniu em São Paulo com o presidente do PFL e senador Jorge Bornhausen (SC), e com Heráclito Fortes (PFL-PI), escolhido para ser o coordenador pefelista de sua campanha. De acordo com o senador catarinense, os Estados que ainda faltam ajustar a aliança entre tucanos e pefelistas são Goiás, Bahia, Sergipe e Maranhão, mas nada que impeça o trabalho pela candidatura Alckmin. " Nossa prioridade é derrotar Lula. ", disse Bornhausen em mais uma de sua reveladores declarações sobre o “projeto” da elite para o país.

Da redação,
com informações do jornal Valor Online