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Críticas a Rumsfeld não demovem Bush

O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, continua de pedra e cal na administração do presidente George W. Bush. Numa declaração oficial o presidente dá mesmo a entender que o estatuto do responsá

O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, continua de pedra e cal na administração do presidente George W. Bush. Numa declaração oficial o presidente dá mesmo a entender que o estatuto do responsável estratégico pela guerra no Iraque é a de um ‘intocável’.

“Reiterei o meu forte apoio à sua liderança neste momento histórico difícil para o nosso país”, afirmou Bush, considerando que o estilo de comando de Rumsfeld, “enérgico e firme é exactamente o que precisamos neste período”.

A divulgação desta mensagem de apoio foi feita propositadamente no fim-de-semana para evitar o avolumar de especulações de demissão iminente suscitadas pelas críticas públicas a Rumsfeld feitas quase simultaneamente por seis generais na reserva.

Um responsável da Casa Branca revelou paralelamente, sob anonimato, que num telefonema a Rumsfeld o presidente nem tocou no tema das críticas. “Isso não estava minimamente relacionado com a conversa que mantiveram”, garantiu a fonte.

Por outro lado, em entrevista transmitida pela TV al-Arabiya, Rumsfeld desvalorizou as críticas dos generais: “Se de cada vez que duas ou três pessoas discordassem mudássemos o secretário da defesa dos EUA, isso seria como um carrossel.” Mas Charles Swannack, um dos generais descontentes, afirmou: “Não penso que seja a pessoa certa, tendo em conta os erros cometidos no Iraque.”

Rumsfeld é criticado pela forma arrogante como ignora as opiniões dos que comandam a guerra, mas os analistas consideram que o seu afastamento significaria uma admissão dos próprios erros do presidente. Bush, aliás, foi ao ponto de pôr em causa o argumento dos generais. “Eu vi com os meus olhos como Rumsfeld se baseia nas mensagens dos comandantes operacionais para tomar decisões sobre a melhor forma de levar a cabo as missões”, afirmou.

Mas a pressão tem tendência para aumentar. Exemplo disso é a notícia da revista ‘on-line’ ‘Salon’, que citou um documento oficial para acusar Rumsfeld de ter autorizado técnicas “degradantes e abusivas” para interrogatórios em Guantanamo. Foi justamente aquando daquele escândalo de torturas que Rumsfeld por duas vezes pôs o cargo à disposição.

Fonte: Correio da Manhã