Rússia protesta contra reunião de separatistas em Washington

No último fim de semana, a ONG de direita The Jamestown Foundation
promoveu um seminário que reuniu supostos terroristas e separatistas originários do Cáucaso russo, o que foi suficiente para Moscou fazer um protesto formal ao embaixador dos Es

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia fez um protesto formal hoje contra os Estados Unidos em razão de um seminário, promovido em Washington neste último fim de semana, que reuniu supostos terroristas e separatistas originários do Cáucaso, "durante o qual foram lançados apelos para novas ações terroristas em território russo", segundo a nota distribuída à imprensa em Moscou.

O embaixador dos Estados Unidos no país, William Burns, foi convocado a comparecer ao Ministério das Relações Exteriores, onde recebeu uma nota de protesto formal contra o seminário do dia 14 de abril, elaborado pela organização não governamental de direita "The Jamestown Foundation".
Contradição americana

O seminário foi intitulado "A frente caucasiana de Abdul-Khalim Sadulayev e as perspectivas de um novo Naltchik", em referência a um ataque terrorista contra a cidade de Naltchik, na república de Kabardino-Balkária, no Cáucaso, em outubro de 2005, no qual morreram mais de cem pessoas.

Sadulayev sucedeu Aslan Maskhadov como líder do grupo terrorista tchetcheno, que prega a independência da região e a constituição de uma república islâmica na Tchetchenia.

De acordo com Moscou, "a organização desse tipo de manifestação em território americano está em contradição com os compromissos dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo".
Armas e apoio logístico

"Uma tolerância desse tipo com os rebeldes e separatistas tchetchenos também se opõe ao espírito de cooperação da aliança antiterrorista entre ambos os países (Rússia e Estados Unidos) e causa prejuízos às relações bilaterais", considerou a Chancelaria russa em um comunicado.

Os Estados Unidos têm sido apontados por fontes russas como fornecedores de armas e apoio logístico para os separatistas da região do Cáucaso, em forte instabilidade desde a primeira guerra da Tchetchênia, em 1994. Ações terroristas em um teatro Moscou e em uma escola em Beslan, na Ossétia do Norte, foram atribuídas pelo governo russo a terroristas de origem tchetchena e de credo muçulmano.

Com agências internacionais