Hu Jintao inicia visita aos Estados Unidos

A convite dos presidentes dos EUA, Arábia Saudita, Marrocos, Nigéria e Quênia, o presidente chinês Hu Jintao começou hoje viagem de visita oficial a esses países. Funcionários do ministério das Relações Exter

No início do mês, uma delegação de executivos chineses, que visitou os Estados Unidos em preparação à visita do presidente, assinou contratos no valor de US$ 16 bilhões em produtos como aviões, softwares e produtos agrícolas.

O governo americano também vem pressionando, há tempos, o governo chinês no sentido de valorizar o yuan, alegando que a moeda chinesa está artificialmente desvalorizada, "limitando" a competitividade das empresas americanas no país asiático. O governo americano classifica a relação com a China como "complexa". No encontro na Casa Branca, os dois presidentes posarão para fotos e farão uma breve declaração, mas não haverá a entrevista coletiva que normalmente acompanha visitas deste tipo. O regime americano não considera a visita como uma visita de Estado, e sim uma visita de trabalho do dirigente chinês.

O presidente chinês será recebido em um almoço, mas não haverá jantar em sua homenagem. Essa é a primeira visita de Hu Jintao a Washington desde que ele tomou posse do cargo de presidente da República. Os dois presidentes já se encontraram cinco vezes em outros eventos, de acordo com a Casa Branca. Até o fim deste ano, devem se encontrar outras quatro vezes.

Hu Jintao deveria ter visitado os Estados Unidos em setembro do ano passado, mas a visita foi cancelada por causa do furacão Katrina, no fim de agosto. Bush foi a Pequim em novembro do ano passado.
Boeing e Bill Gates

O primeiro compromisso de Hu Jintao nos Estados Unidos foi uma visita à fábrica da Boeing, fabricante de aviões que se beneficiou do crescimento da economia e do setor de aviação chinês. Depois, o presidente chinês jantou na casa do presidente da Microsoft, Bill Gates. A Microsoft vendeu softwares que serão utilizados pelo governo chinês em sua parte administrativa por todo o país, eliminando as críticas da empresa ao suposto uso de softwares piratas pelo governo de Pequim.

Caminho pacífico

Além disso, o presidente chinês vai visitar Seattle, Washington e a Universidade de Yale. Numa conferência concedida à imprensa às vésperas da visita, o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, afirmou: "O presidente chinês trocará opiniões com os líderes americanos sobre as relações bilaterais e as questões regionais e internacionais de interesse comum.

Hu Jintao também manterá contatos com parlamentares, funcionários, representantes dos setores industrial, comercial, acadêmico, operários e estudantes. Em Yale, Hu falará sobre o desenvolvimento sustentável, a sociedade harmoniosa chinesa e o caminho pacífico seguido pela China.
EUA e Taiwan
Segundo Yang, a questão de Taiwan é um dos pontos mais importantes e sensíveis das relações sino-norte-americanas. Por isso, é um tema inevitável nos encontros com os líderes americanos.

He Yafei, assessor do Ministério das Relações Exteriores, disse: "Eu acho que a questão de Taiwan será abordada por ambos os lados durante o encontro. O presidente Bush reiterou várias vezes que persiste na política de uma só China, nos Três Comunicados Conjuntos sino-americanos e na oposição à independência de Taiwan".

O comércio bilateral também está em pauta. A cooperação econômica e comercial entre os dois países cresce rapidamente. Ao mesmo tempo, apresenta freqüentes divergências. Mas, o benefício recíproco é o foco de tais relações. A parte norte-americana acompanha a proteção dos direitos de propriedade intelectual e a taxa de câmbio da moeda chinesa, tal como observou o presidente Bush dias atrás: "As relações entre os EUA e a China são muito ativas, ao mesmo tempo, muito complicadas. A visita de Hu Jintao é muito importante.

"Os Estados Unidos enfrentam um déficit de US$ 200 bilhões no comércio bilateral. Espero que Hu possa ter uma postura sobre a questão da taxa de câmbio" declarou o líder americano.

Mundo árabe

O ano 2006 marca o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas com o mundo árabe. A Arábia Saudita é o maior e mais influente país do mundo islâmico. Além disso, o ano de 2006 também marca o ano da África na China. No início deste ano, a China revelou suas diretrizes diplomáticas em relação à África. Em novembro, será realizada a Cúpula China-África.

Neste giro, o presidente chinês visitará o Marrocos, a Nigéria e o Quênia, assinalando a atenção dispensada pela China ao continente africano. Além dos encontros com as principais lideranças políticas desses três países, Hu Jintao manterá contato com os representantes de outros círculos sociais. A assinatura de acordos de cooperação bilateral nas áreas econômica, comercial, cultural e de saúde também está prevista.

Com agências internacionais