Cuba e Venezuela completam um ano de Alba

Cuba e Venezuela completam esta semana o primeiro aniversário da assinatura de 49 acordos e convênios entre seus presidentes para consolidar o processo de integração da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba). Em 29 de a

Os êxitos confirmam a verdadeira cooperação implícita nos documentos assinados e o significado disso para a sub-região pode ser visto nos principais acordos econômicos e de caráter político e social. Cuba liberou produtos venezuelanos de custos e impostos aduaneiros adquiridos no marco da Alba, enquanto Caracas concedeu preferências a 104 negócios de origem cubana e decidiu gradualmente desonerar importações da ilha.

 

Havana assinou contratos de compra por 414 milhões de dólares com empresas venezuelanas incluindo desde alimentos até remédios. Também foi aberta uma sucursal nesta capital da empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA). Os países acordaram explorar, refinar e armazenas hidrocarbonetos e seus derivados em território cubano, objetivo que se concretizou com a criação posterior de uma empresa mista que potencializará a refinaria de Cienfuegos.

 

Também ocorreu a inauguração da sucursal do Banco Industrial da Venezuela em Havana e de uma filial em Caracas do Banco Central de Cuba para financiar importações e exportações, com capital inicial de 400 milhões de dólares anuais.

 

As duas nações determinaram a construção em Cuba de um estaleiro naval binacional, a liberação do livre trânsito e a isenção da impostos a navios com bandeira venezuelana que realizem o transporte de passageiros e carga para a ilha.Um aspecto destacado incluído no ano passado nos históricos documentos se refere ao aumento da já existente assistência cubana à Venezuela nos campos de saúde, educação e outros, uma colaboração de caráter inédito entre nações latino-americanas.

 

Os especialistas da ilha caribenha apoiaram a inauguração de centenas de centros de diagnóstico médico integral, salas de reabilitação e fisioterapia, além de centros de alta tecnologia para brindar serviços gratuitos à população. Esses acordos incluíram assessoria para formar na Venezuela 40 mil cirurgiões e cinco mil especialistas em tecnologia da saúde em menos de uma década, e mais 10 mil bacharéis venezuelanos se tornarão médicos e enfermeiros depois de cursar os estudos em Cuba. Casas de famílias cubanas em todo o país abriram suas portas para receber fraternalmente estes estudantes que, paralelamente, cursam suas disciplinas em policentros e hospitais de todo o país.

 

Integração humana

 

A Operação Milagre atingiu de forma gratuita 100 mil venezuelanos com problemas oftamológicos. A recuperação ou preservação da visão por um tamanho número de pessoas, serviço posteriormente estendido por Cuba a outros países, constitui uma famosa página escrita também como demonstração do significado humano da Alba. Nesse mesmo cenário se inscreve a atenção médica anual nos hospitais cubanos de outros milhares de cidadãos venezuelanos que recebem desde transplantes de órgãos até tratamentos ortopédicos e neurológicos.

 

Depois da cerimônia, o presidente Chávez lembrou que este é um passo importante na integração da América Latina e Caribe, “mas não como Washington quer, senão para a liberdade e dignidade de nossos países”. Fidel Castro destacou que “passaram-se dois dias extremamente felizes e fecundos, de verdadeiras demonstrações do que outros povos podem esperar da Alba em contraposição ao norte-americano Acordo de Livre Comércio para as Américas (Alca)”.

 

Todas avaliações e previsões estabelecidas nos convênios naquele 29 de abril se confirmaram e os benefícios dos intercâmbios comerciais cubano-venezuelanos se elevaram a milhares de milhões de dólares. A Alca de George W. Bush está sendo enterrada quase sem partidários que o defendam. Enquanto que a Alba bolivariana envolve já, em diferentes níveis de colaboração, numerosos países da América Latina e Caribe, testemunhas de que os sonhos podem se tornar na realidade.

 

Da Redação

Com informações da Prensa Latina