Milhares participam de atos do 1º de maio no Ceará

O Dia do Trabalhador em Fortaleza foi comemorado ontem num ato público realizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) na Praça do Ferreira, sob o lema Emprego, Terra e Democracia. No Cariri uma caminhada tradicional reuniu seis mil pesso

Faixas, bandeiras, palavras de ordem e música compuseram ontem o ato referente ao Dia do Trabalho, realizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), na Praça do Ferreira, no Centro. Sindicalistas, membros de movimentos sociais e de comunidades, parlamentares, representantes de partidos políticos e trabalhadores em geral, formavam o público que chegopu a 5 mil pessoas. No início da tarde, muitos levaram os filhos para o local, garantindo também uma significativa presença infantil.

Para a dirigente da CUT/Ce, Marta Brandão, o ato de Fortaleza foi muito importante para a mobilização dos trabalhadores cearenses. Para ela não há dúvida de que as bandeiras da CUT para o 1º de maio,  Emprego, Terra e Democracia, tem um forte caráter mobilizador para os trabalhadores e para o avanço do governo Lula, que precisa ser reeleito a fim de fazer avançar as conquistas dos trabalhadores.

Para a sindicalista Vanda Almeida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Confecção Feminina e Moda Íntima (Sindconfe), ao longo de 17 anos de existência do sindicato, o grupo conquistou um piso salarial e outras causas com a criação de uma convenção coletiva de trabalho. Em relação aos trabalhadores em geral, disse que "é preciso um piso digno para todas as categorias, pois para a maioria ainda ganha pouco para garantir a sobrevivência da família".

A dona de casa Benedita Sales Rodrigues Lima foi à praça para ver a festa, levando quatro de seus seis filhos. Ela se disse satisfeita com a situação financeira em que vive e afirmou que o salário que o marido ganha num emprego informal num estacionamento no Centro é suficiente para o sustento da família, mas defendeu um "salário melhor" para todos os trabalhadores.

Caminhada tradicional no Cariri

A tradicional Caminhada da Fraternidade entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, foi realizada ontem durante a manhã do dia primeiro de maio. Cerca de seis mil pessoas, segundo a organização do evento, andaram 10 quilômetros debaixo de forte chuva para seguir com os pedidos de trabalho e paz. Esta foi a 16ª caminhada, que é organizada pelo pároco da igreja de São Francisco, no Crato, padre Raimundo Elias Filho. As pessoas começaram a se reunir na praça principal da cidade de Crato às 4 horas e caminharam cerca de três horas até Juazeiro. Mesmo com o número reduzido por causa da chuva – normalmente 10 mil pessoas participam da caminhada -, cidadãos de todas as idades não perderam o ritmo durante o trajeto.

Com passos firmes como de uma procissão, que tanto caracterizam a região do Cariri (Sul do Estado), marcada pela grande religiosidade de seus habitantes, os trabalhadores não se importaram com a chuva ou com os poucos números de guarda-chuvas. Mesmo os de pés descalços muitos seguiram a viagem pelo asfalto. "É uma caminhada boa que nos faz refletir no mundo e nas nossas vidas.

"Queremos sempre o melhor para todo mundo", afirmou Angélica Leite, 19, que trabalha em uma empresa de confecção. Mesmo empregada, Angélica não quis perder a viagem e foi com familiares e amigos. "Sempre que possível continuarei participando", afirmou.

Após todo o trajeto, os caminhantes se reuniram mais uma vez na igreja de São Francisco, onde foi servido um grande café-da-manhã coletivo e onde as pessoas puderam confraternizar e troar as experiências da viagem.

Com informações da CUT/Ce e jornal O POVO.