Garotinho conquista direitos de resposta e encerra greve de fome

Atualizada às 0h45

Depois de onze dias sem comer, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), encerrou oficialmente a sua greve de fome. O ex-governador comemorou a obtenção de duas liminares na Justiça do Rio que obri

Depois de onze dias sem comer, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB), encerrou oficialmente a sua greve de fome. Garotinho anunciou sua decisão em uma entrevista coletiva, no quarto que ocupa no Hospital Quinta D´Or, na Zona Norte do Rio.

Ele comemorou a concessão de duas liminares pelo Tribunal de Justiça do Rio, que obrigam o jornal O Globo e a revista Veja a publicarem e darem a ele direito de resposta no mesmo tamanho das matérias nas quais o ex-governador se sentiu ofendido. A decisão determina, inclusive, que Garotinho tenha direito à resposta nas capas dos dois veículos. As duas publicações devem cumprir imediatamente a determinação, sob pena de pagarem multas diárias de R$ 35 mil e R$ 50 mil, respectivamente.

A revista Veja deve publicar o texto já na próxima edição. Garotinho entrou na justiça pedindo o direito de resposta depois que o periódico fez denúncias contra ele e o governo do Estado do Rio de Janeiro, comandado por sua mulher, Rosinha Matheus.

De acordo com o juiz Carlos Eduardo Moreira da Silva, a revista que circulou no dia 3 de maio com reportagem de capa intitulada Os 7 pecados capitais da política "não teve o mínino cuidado para resguardar os direitos constitucionais do autor, não traduzindo toda a verdade dos fatos".

O jornal O Globo terá que destinar para a réplica do ex-governador uma chamada na capa e o mesmo espaço da matéria Garotinho usou avião de bandido, do dia 30 de abril. Em caso de descumprimento, pagará R$ 35 mil multa por dia.

A sentença da juíza Fernanda Sepúlveda Telles, da 18ª Vara Cível, entende que existem documentos no processo que comprovam que a aeronave em que ele viajou estava arrendada pela empresa Construfert Ambiental, e que seus sócios não conheceram ou mantiveram contato com João Arcanjo Ribeiro, chefe do crime organizado no Mato Grosso.

Acompanhamento internacional

O ex-governador também disse considerar suficiente a resposta da Fundação Jimmy Carter, dos Estados Unidos, que, segundo ele, pretende fazer um relatório sobre o período pré-eleitoral no Brasil.

Consultada, a Fundação disse não saber de onde Garotinho tirou esta informação.

Garotinho anunciou o fim de greve de fome ao lado da governadora Rosinha Matheus e do seu médico particular Abdu Nele, mas já estava recebendo desde quarta-feira reidratação intravenosa com soro glicosado. Ele ainda admitiu ter ingerido meio copo de água de coco por sugestão da equipe médica do hospital.

Estado de saúde

Segundo o médico do pré-candidato, Garotinho estava com a pressão instável, o que provocava tontura e mal-estar, por isso a necessidade de reposição de sais minerais.

Anteontem, ele havia dito que, ao repor as necessidades básicas do paciente, "na prática, os efeitos da greve de fome cessam". Segundo a nutricionista Cíntia Machado, uma pessoa pode viver "meses" apenas no soro.

"O corpo dele continuará sofrendo os efeitos da falta de proteína e gordura, mas a glicose não deixa de ser um nutriente. Ele não morre, mas não terá as calorias necessárias", afirma Cíntia.

Garotinho anunciou a decisão de ser internado às 17h de ontem ao lado de sua mulher, a governadora Rosinha Matheus. Estavam na sala da sede regional do PMDB, onde ele permaneceu durante todo o tempo em que esteve em greve. Depois do anúncio, seguiu em ambulância do Corpo de Bombeiros para o hospital particular Quinta D"or.

Garotinho afirmou que participará da convenção do partido no sábado em Brasília para defender a candidatura própria do PMDB à Presidência. Ele disse ainda que não desistiu da pré-campanha.

Da redação,
com informações das agências