Annan inicia em Seul viagem pelo continente asiático

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deu início hoje a uma visita de três dias a Seul, como primeira etapa de uma viagem que o levará também ao Japão, à China, ao Vietnã e à Tailândia, para impulsionar

Esta pode ser a última visita oficial de Annan à região como secretário-geral das Nações Unidas, cargo que abandonará em 31 de dezembro deste ano, após a designação em setembro de seu sucessor à frente da organização.

Em sua chegada ao aeroporto de Inchon, ao sudoeste de Seul, Annan e sua esposa, Nane, foram recebidos pelo vice-ministro sul-coreano de Assuntos Exteriores, Lee Kyu-hyung. Na noite deste domingo será realizado o primeiro ato oficial de Annan em Seul, em um jantar oferecido pelos membros da Associação da ONU na Coréia do Sul.

A etapa política da viagem terá início nesta segunda, com uma conferência na Universidade Nacional de Seul, um almoço com o presidente da Assembléia Nacional (Parlamento), Kim One-ki, e uma reunião com o ministro de Exteriores sul-coreano, Ban Ki-moon, que é tido como um de seus possíveis sucessores à frente da ONU.

Annan, de nacionalidade ganesa, já afirmou que apóia uma candidatura asiática ao assento de secretário-geral da ONU, pois, por rotação geográfica, deveria ser a Ásia o continente a designar o próximo governante da entidade internacional.

Para esta terça-feira está prevista uma visita de cortesia de Kofi Annan ao presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, antes de partir rumo a Tóquio. A última vez que Annan visitou a Coréia do Sul foi em 1998. Na época não existiam polêmicas em torno da reforma da ONU.

Os 191 membros da organização estão divididos quanto à abordagem dessa reforma, e por isso Annan tenta convencer vários Governos sobre a necessidade de mudanças nas Nações Unidas.

O chamado Grupo dos 77 (G77) mais a China, que reúne a maior parte das nações em desenvolvimento, adotou na semana passada uma resolução que bloqueia partes da reforma de Annan relacionadas com as finanças da ONU e a concessão de maior poder ao secretário-geral.

Outro aspecto importante a ser tratado com os países asiáticos é a perspectiva de uma ampliação do Conselho de Segurança a novos membros, questão que gera ainda mais divergência entre os membros.
Com agências internacionais