Sindicatos da CUT lançam “Revista do Brasil”

Alguns dos maiores sindicatos do Brasil — ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) — lançam, na próxima semana, a "Revista do Brasil". A publicação pretende trazer para a mídia o olhar dos tra

A tiragem inicial, de 360 mil exemplares, destina-se a associados dessas entidades sindicais. Já na segunda edição, a intenção dos sindicatos é fazer com que a revista cresça em número de páginas — atualmente são 36 — e, um pouco mais adiante, chegue à casa dos trabalhadores semanalmente. O projeto prevê também, no curto prazo, a venda em bancas.

“Essa é uma proposta ousada que quer trazer comunicação de qualidade para o trabalhador e sua família, mas sob um ponto de vista diferente daquele que é praticado pela grande imprensa: o ponto de vista do próprio trabalhador”, anuncia o diretor de comunicação e imprensa do Sindicato dos Bancários, Hugo Tomé.

O editorial da primeira edição anuncia que a Revista do Brasil “vem à luz depois de um longo período de gestação em que dirigentes sindicais, jornalistas e apoiadores realizaram um sem-número de debates em busca de sua identidade editorial, seu desenho gráfico, seu nome e os temas que ocuparão suas páginas neste e nos próximos números. Seu projeto editorial e gráfico combina idéias para debates, prestação de serviço, assuntos de interesse público com seriedade e prazer da leitura. Suas diretrizes serão os valores da ética, democracia, solidariedade, participação social e cidadania”.

“Essa é uma tarefa árdua”, avalia o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Mas os sindicatos uniram-se para assumi-la porque julgam importante manter uma publicação que dę aos trabalhadores a possibilidade de aliar um novo olhar sobre os problemas que afligem a sociedade ao prazer da leitura, numa linguagem clara, objetiva, e num material de muita qualidade”, completa Marcolino.

Leia abaixo o editorial da Revista do Brasil

Informação transforma

Este é o primeiro número da Revista do Brasil, que será distribuída a cerca de 360 mil sócios dos sindicatos participantes deste novo projeto de comunicação popular. Ele vem à luz depois de longo período de gestação – em que dirigentes, jornalistas e apoiadores realizaram um sem-número de debates em busca de sua identidade editorial, seu desenho gráfico, seu nome e os temas que ocuparão suas páginas neste e nos próximos números. A revista começa a circular mensalmente, com 36 páginas. Mas vai crescer e chegar à circulação semanal – e também às bancas – em todo o país. Seu projeto editorial e gráfico combina idéias para debates, prestação de serviço, assuntos de interesse público com seriedade e prazer da leitura. Suas diretrizes serão os valores da ética, democracia, solidariedade, participação social e cidadania.

E por que uma nova revista? Pesquisa recente da BBC de Londres — feita em dez países, inclusive o Brasil — revelou que parcela significativa da opinião pública sente-se insatisfeita com o que encontra nos meios de comunicação. Além disso, mesmo com a quantidade enorme de jornais e revistas hoje existentes, boa parte das pessoas que agora nos lęem, não recebe em casa nenhum veículo de comunicação. Algumas entidades de trabalhadores, percebendo essa caręncia, mantęm ou já tiveram bem-sucedidas experięncias com revista. Mas o custo é alto, não traz receita, não há fins comerciais e isso sempre tornou difícil ampliar ou manter projetos dessa natureza.

A Revista do Brasil surge com o objetivo de vencer esse desafio e outros que virão. Ela resulta do esforço de pessoas que tęm como objetivo fazer da informação também um projeto de transformação do país. Este é o primeiro passo de uma caminhada que, esperamos, vai entrar para a história.