Governo e ambientalistas debatem preservação da mata atlântica

Todos os anos o Brasil perde cerca de 100 mil hectares de mata atlântica. Para tentar reverter esse quadro, ambientalistas e representantes do governo reúnem-se neste sábado (27/05) em Ilhéus, na Bahia, no Dia Nacional da Mata Atl&acirc

O Bioma Mata Atlântica estendia-se originalmente por um 1,3 milhão de quilômetros quadrados do território brasileiro. Hoje, os remanescentes estão reduzidos a cerca de 8% da cobertura florestal do país, distribuídos em 225 mil áreas. O Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, é o maior desses retalhos da mata atlântica.

Apesar da devastação, a mata atlântica ainda abriga uma das mais altas taxas de biodiversidade de todo o planeta, com cerca de 20 mil espécies de plantas, sendo oito mil encontradas apenas nesse tipo de floresta, além de grande riqueza de mamíferos (264 espécies), aves (849 espécies), répteis (197 espécies) e anfíbios (340 espécies).

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, um aspecto importante para preservação da mata atlântica seria a aprovação do projeto de lei que trata do assunto (PL 3285/92) que tramita no Congresso Nacional há mais de 14 anos.

"Nessa semana de comemoração do Dia da Mata Atlântica, queremos mais uma vez dizer da importância da aprovação dessa lei. O Ministério do Meio Ambiente, juntamente com diferentes segmentos da sociedade, tem trabalhado em torno da aprovação da lei e por políticas públicas que preservem a nossa mata atlântica", disse a ministra.

Ela citou ações de combate a praticas ilegais, que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) lançou em março em Curitiba, que já estão sendo implementadas, e todo o esforço de criação de unidades de conservação da mata atlântica nas áreas remanescentes, de acordo com as áreas prioritárias para a proteção do bioma.

Entre outros pontos, o Projeto de Lei da Mata Atlântica define a abrangência e os limites do Bioma Mata Atlântica, estabelece os casos em que poderá haver uso da floresta para fins de utilidade pública, interesse social ou particular e os critérios e requisitos para o parcelamento do solo urbano.

O Ministério do Meio Ambiente estima que 1,4 milhão de hectares de mata atlântica tenham sido desmatados apenas nos 14 anos de tramitação do projeto no Congresso Nacional. Isso corresponde a 2 milhões de campos de futebol.