Dilema do PMDB chega ao fim sem candidatura própria

O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, confirmou nesta segunda-feira que o partido não terá candidato próprio à Presidência da República. A Executiva da legenda ratificou a decisão por causa do recuo do Tribunal Super

O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, confirmou nesta segunda-feira que o partido não terá candidato próprio à Presidência da República. A Executiva da legenda ratificou a decisão por causa do recuo do Tribunal Superior Eleitoral em limitar as coligações nos Estados. Temer explicou também que a chapa irá priorizar as candidaturas a governos estaduais e ao Senado para montar uma grande bancada. Mas defensores da candidatura própria ainda tentarão reverter a decisão de hoje na Justiça.

Após meses de disputa interna, a executiva nacional do PMDB decidiu, por unanimidade, que o partido não terá candidato próprio à Presidência da República. O novo cenário libera a legenda para fechar diferentes aliança estaduais. A decisão foi tomada em reunião realizada na manhã desta segunda-feira em Brasília.

O presidente da sigla, Michel Temer, afirmou que acredita que o prolema está resolvido. "O problema está encerrado. Hoje, definiu-se que ninguém deseja a candidatura própria", disse.

Apesar da decisão, há ainda uma determinação judicial obrigando o partido a realizar a convenção nacional no dia 22 de junho. Sobre isso, Temer afirmou que os advogados do partido vão recorrer e espera que a legenda não precise ter uma convenção. "Com muita tristeza, isso invade a autonomia interna do partido, mas vamos recorrer e acredito que sairemos vitoriosos".

Pré-candidatos

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho não esteve presente na reunião. Pedro Simon, até então pré-candidato oficial à Presidência, esteve presente. Segundo relato de parlamentares da legenda, ele retirou sua candidatura, apesar de reclamar muito.

Anteriormente, Garotino havia afirmado que, se Simon retirasse a candidatura, ele imediatamente colocaria seu nome como pré-candidato. O deputado Eduardo Cunha, do grupo do ex-governador, disse que a ala pró-candidatura própria irá insistir na candidatura de Garotinho e na realização da convenção no dia 22. "Temos que decidir um assunto tão delicado como esse de forma democrática", disse Cunha.

Os aliados de Garotinho prometem ainda uma verdadeira guerra judicial para derrubar a decisão da Executiva. "A convenção vai acontecer, querendo eles ou não. Se não houver condições políticas, como a falta de quorum, por exemplo, é outra história", disse Cunha.

"A Executiva definiu que não terá candidato nem convenção, mas ainda há uma decisão judicial. Esta é uma questão interna do partido e não cabe à Justiça decidir", retrucou Michel Temer.

A votação de hoje foi por unanimidade porque os deputados Sérgio Cabral (RJ) e Eliseu Padilha (RS), que defendem a tese da candidatura própria, não compareceram à reunião. Cunha disse que os dois faltaram porque já sabiam que seriam votos vencidos na Executiva.

Os senadores peemedebistas Renan Calheiros (PE) e José Sarney (AP) devem se encontrar ainda hoje com o presidente Lula para comunicar-lhe oficialmente a decisão da executiva do Partido. Lula ainda não desistiu de ter o PMDB coligado ao PT e PCdoB na disputa presidencial, mas já trabalha com a hipótese de obter apenas o apoio informal de pelo menos metade dos diretórios regionais do PMDB à sua candidatura.

Da redação,
com informações das agências

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