Lula “lamenta profundamente” demora do Senado em votar Fundeb

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva “lamenta profundamente” que o plenário do Senado ainda não tenha votado o Fundeb. No programa de rário “Café com o Presidente”, Lula trouxe como convidado o ministro da Edu

Luiz Fara Monteiro: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luiz Fara Monteiro e começa agora o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?

Presidente Lula: Tudo bem, Luiz.

Luiz Fara Monteiro: Presidente, o governo considera que a última quinta-feira, 8 de junho, foi um dia histórico para a educação brasileira. Por que isso?

Presidente Lula: Luiz, na última quinta-feira, nós fechamos com chave de ouro todo o programa de educação que nos propusemos a fazer no nosso mandato. Só faltou uma coisinha, que eu lamento profundamente, que o Senado não tenha aprovado o Fundeb. Nós anunciamos vários programas na área de educação e hoje eu fiz questão de convidar para participar do programa, para tomar café conosco aqui, o meu ministro da Educação, Fernando Haddad. Para que ele possa explicar para os nossos ouvintes quais foram as medidas que nós anunciamos na quinta-feira e quais serão os resultados dessas medidas no futuro do povo brasileiro.

Ministro Fernando Haddad: Bom dia, presidente. Bom dia, Luiz. Bom dia ouvintes. Bom, de fato, a quinta-feira foi um dia muito especial para a educação porque atendendo determinação do presidente desde o início do mandato, o Ministério da Educação tinha que cuidar da creche até a universidade, de todas as etapas e modalidades de educação no país. De fato, se nós pensarmos no que aconteceu durante esses três anos, nós vamos verificar o seguinte: a merenda é uma coisa muito importante. As creches do país não tinham merenda. Hoje têm. O ensino médio é muito importante. O ensino médio no país não tinha livro didático e hoje tem. Os jovens de renda mais baixa das periferias, do interior, não tinham bolsa de estudo para fazer universidade e hoje têm. Na quinta-feira, aconteceu uma coisa muito importante para o país.

Luiz Fara Monteiro: O quê, ministro?

Ministro Fernando Haddad: Nós criamos uma universidade para o professor. O professor que está em exercício, que está numa cidade do interior, que está distante de um grande centro, ele não tinha onde se formar. Se ele já estivesse formado, ele não tinha como fazer uma formação continuada. Nós criamos uma universidade aberta que é para levar as universidades federais até os lugares mais distantes do país. Também na quinta-feira foi anunciada a Universidade Aberta, entre outras ações, como, por exemplo, a interiorização das universidades públicas e das escolas técnicas federais.

Luiz Fara Monteiro: Ministro, o governo enviou ao Congresso o projeto para instituir o Fundeb. Como é que está a tramitação desse projeto no Legislativo?

Ministro Fernando Haddad: Bem, o Fundo da Educação Básica é o único projeto encaminhado no ano passado que ainda não foi aprovado. Só falta o plenário do Senado aprovar. Todas as demais medidas encaminhadas no ano passado já estão em pleno funcionamento. As que foram encaminhadas na última quinta-feira, a maioria delas é a institucionalização do que já está em curso, com exceção da reforma da educação superior que vai levar um tempo para ser discutida pelo Congresso porque é um projeto complexo. Mas que vai garantir um financiamento estável, qualidade na educação superior, interiorização da educação superior, mais produção científica e formação de recursos humanos para que o país possa ter uma inserção soberana no concerto das nações.

Luiz Fara Monteiro: Você está ouvindo o “Café com o Presidente”. Hoje falamos sobre educação. Presidente, por que essa atenção especial à educação no seu governo?

Presidente Lula: Por duas razões. Primeiro porque educação é o mais importante investimento que um governo pode fazer no seu país. A educação vai garantir que o Brasil possa se colocar em igualdade de condições com os países mais desenvolvidos do mundo. Afinal de contas, a educação é que dá conhecimento, que dá a formação profissional e que permite que as pessoas fiquem mais qualificadas. Ficando mais qualificadas, nós vamos ter mais acesso à tecnologia. Vamos produzir produtos cada vez melhores e mais competitivos e vamos poder melhorar a vida do povo e melhorar a vida do país.

A segunda coisa é porque o Brasil tem 34 milhões de jovens entre 15 e 24 anos. Nós estamos preocupados com esses jovens porque tudo que nós pudermos fazer para a formação deles nós estaremos garantindo que o futuro do Brasil seja definitivamente melhor. Eu olho nos olhos das mães. Eu olho nos olhos dos pais. Quando eu conto como a minha vida mudou quando eu aprendi uma profissão, eu sei como aquela mãe se sente, como aquele pai se sente porque é o maior legado que um pai pode deixar para um filho não é uma casa, um carro ou um pouco de dinheiro. O maior legado que um pai ou uma mãe pode deixar para o filho é a garantia da formação profissional, é a formação desses jovens. Se todos pudessem chegar à universidade, certamente nós que somos pais poderíamos descansar tranqüilamente porque é isso que nos dá certeza de futuro garantido para os nossos filhos. Todo mundo sabe que o jovem com uma profissão, uma mulher ou um homem, tem mais possibilidade de empregos em qualquer lugar do Brasil e do mundo. Por isso é que nós estamos apostando muito na educação. Estamos investindo muito na educação. O que nós estamos criando é condições para que esse jovem possa virar cidadão ou cidadã pleno, ou seja, ter o direito de estudar em uma universidade e daqui a algum tempo receber o seu diploma de doutor. E daqui a algum tempo o Brasil ganhar muito com a formação dessa gente. É isso que estamos fazendo e por isso que a quinta-feira foi um dia histórico.

Luiz Fara Monteiro: Obrigado, presidente Lula. Obrigado, ministro Fernando Haddad, da Educação.

Ministro Fernando Haddad: Obrigado.

Lula: Obrigado a você, Luiz.

Luiz Fara Monteiro: O “Café com o Presidente” volta segunda-feira que vem. Acesse o programa também na internet em www.radiobras.gov.br . Um abraço para você e até lá.

Fonte: Rádio Nacional