Japão sofre nova derrota em reunião sobre caça às baleias

A Comissão Internacional de Caça à Baleia rejeitou a proposta de adotar o mecanismo de votação secreta.

Nações que defendem a retomada da caça às baleias sofreram duas derrotas em votações importantes na Comissão Internacional de Caça à Baleia (CIB) que mantém a prática proibida há 20 anos. O Japão e seus aliados acreditam que já é possível voltar a explorar as baleias comercialmente sem ameaçar os animais de extinção.

Na primeira votação, o Japão buscava retirar da pauta da reunião da CIB a questão da caça a botos, golfinhos e pequenas baleias. A proposta japonesa foi derrubada por 32 a 30 votos. Na segunda derrota, o Japão falhou em introduzir o mecanismo do voto secreto na CIB. A proposta caiu com 33 votos contrários e 30 favoráveis. A CIB tem 70 países-membros.

O ministro da Preservação Ambiental da Nova Zelândia, Chris Carter, descreveu a derrota japonesa na questão do voto secreto como uma grande vitória para os opositores da caça às baleias. "Negociações secretas, votações secretas… Esses métodos são ferramentas para esconder fatos desagradáveis do povo", disse Carter, após a votação.

O chefe da delegação japonesa, Joji Morishita, fez pouco caso da derrota, dizendo que o voto secreto não era uma questão fundamental na reunião da CIB deste ano. "Alguns países não vieram, então isso não significa que não conseguiremos apoio no ano que vem", disse. A CIB realiza encontros anuais, e o deste ano se dá na ilha caribenha de St. Kitts.

Há o temor de que o Japão e outros países que defendem a volta da caça às baleias com fins comerciais, proibida desde 1986, formem uma maioria na comissão. Os países a favor da caça precisam de 75% dos votos para autorizar a prática, mas a maioria simples já daria ao partido pró-caça uma influência considerável.

Fonte: AP