Reitores querem alterar quarta versão da reforma universitária

Os reitores das universidades brasileiras pretendem entrar com emendas preliminares no Congresso para modificar alguns pontos da reforma universitária, enviada ao Congresso, no dia 8. A quarta versão do projeto não agradou a maioria dos líde

Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) se o projeto for aprovado sem alterações, as universidades poderão ter perdas anuais de R$ 2 bilhões.

Um dos pontos mais criticados pelos dirigentes é em relação à autonomia das universidades. Os reitores ainda não podem utilizar o orçamento de um ano no período seguinte, ou até mesmo enviar professores em intercâmbio com outras instituições sem autorização prévia do governo federal.

Além disso, os lideres questionam o limite de 10 anos para o repasse mínimo de 75% da verba do Ministério da Educação ao Ensino Superior – item que não constava nos textos anteriores -Eles pretendem reduzir este prazo.

– De todas as versões apresentadas, esta foi a pior. A questão dos planejamentos de recursos não nos permite uma autonomia didática, cientifica, financeira e administrativa – afirma Cícero Mauro Fialho, reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A mesma opinião tem Malvina Tuttman, reitora da universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio).

– Precisamos de um investimento voltado apenas às universidades públicas.

Reconheço o esforço deste governo para melhorar o ensino superior no país, mas esta versão nos dá pouca flexibilidade, principalmente na questão do orçamento. As universidades precisam de um financiamento próprio. A autorização de concursos também deveria ser prioridade nesta reforma – analisa a reitora.

Eles pretendem ainda alterar no texto, o item que mantém a eleição dos reitores com uma apresentação de uma lista tríplice para que o presidente escolha o futuro reitor.

Confira os principais pontos da reforma:

Investimento estrangeiros – Cerca de  70% do capital votante das mantenedoras de instituições de nível superior terá que pertencer a brasileiros ou naturalizados. Proibidas franquias.

Professores – As instituições terão que ter 1/3 de seus professores em tempo integral ou dedicação exclusiva, e a metade com título de doutor/mestre. Cerca 25% deve ter doutorado. Os centros universitários terão que ter 1/3 do corpo docente com mestrado ou doutorado e pelo menos 1/6 que tenha tido obrigatoriamente doutorado.

Eleição dos reitores – Os reitores e vice-reitores das públicas serão nomeados pelo presidente da República a partir de uma lista tríplice, formada por votação direta da comunidade acadêmica.

Assistência estudantil – As instituções federais terão que investir 9% da verba de custeio em ações de assistência estudantil. Os programas precisarão incluir moradia, restaurantes, inclusão digital, auxílio para transporte e assistência à saúde para os alunos. Cada universidade precisará ter ao menos 1/3 de seus cursos ministrados durante o período noturno.

Finaciamento das universidades  – A distribuição dos recursos para as federais será feita de acordo com indicadores de qualidade:

– Relação entre o número de alunos e de docentes. Os resultados da avaliação do ensino superior. A existência de programas de mestrado e doutorado e o resultado das suas avaliações. A existência de programas de extensão. O número de matrículas e concluintes na graduação e na pós-graduação.

– A oferta de cursos; a produção científica, tecnológica, cultural e artística identificada por publicações em periódicos especializados. Registro e comercialização de patentes.

– As universidades federais terão direito a 75% da receita obrigatória para a educação, de acordo com a Constituição de 1988. Ficam de fora desse orçamento toda a despesa com pagamento de inativos e pensionistas.