Jackson Lago diz que PDT está em risco

O resultado da convenção do PDT, ontem no Rio de Janeiro, pode complicar a candidatura do ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago, ao governo estadual. O problema é que com a decisão de lançar o senador Cristovam Bu

O resultado da convenção do PDT, ontem no Rio de Janeiro, pode complicar a candidatura do ex-prefeito de São Luís, Jackson Lago, ao governo estadual. O problema é que com a decisão de lançar o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), os pedetistas não poderão consolidar a aliança com o PSDB.
Agora, o máximo que Lago poderá contar é com um apoio informal dos tucanos e de outros partidos, como vinha sendo articulado há mais de um ano.
Ao comentar o resultado, candidato pedetista disse que o partido colocou em risco algo mais do que a disputa eleitoral no Maranhão. “Foi uma decisão que não ajuda o partido, considerando a verticalização e a cláusula de barreira. Colocaram em risco a sobrevivência do partido”, disse Jackson Lago, vice-presidente do PDT.
A Convenção Nacional do PDT, realizada ontem no Rio de Janeiro, aprovou a candidatura de Buarque por 236 votos a favor e 97 contra. O senador, agora candidato á presidência , é economista e ex-ministro da Educação de Lula, tem entre 1% e 3% nas mais recentes pesquisas de intenções de voto.
Divivido, o PDT decidiu pela candidatura própria contra a vontade de 10 líderes partidários estaduais numa convenção realizada no centro do Rio. Sem uma liderança forte desde a morte de Leonel Brizola, em 2004, seus militantes só não racharam no culto à memória de seu fundador. Desde o crachá -com a inscrição “Brizola Vive”- aos discursos durante a votação, tudo lembrava o líder. Em três momentos, convencionais por pouco não trocaram socos e pontapés.
Com 68 ausências-, os principais líderes da ala contra a candidatura própria, preocupada com a cláusula de barreira, lamentarram a derrota. “Não sei qual vai ser o destino do partido. Acho que foi uma insanidade o que foi feito aqui”, disse o presidente do PDT-RS, Matheus Schmidt.
A convenção de ontem mostrou publicamente as divisões do pequeno partido de esquerda entre uma corrente que defendia a candidatura própria e outra que era a favor do apoio a um candidato de outro partido e do estabelecimento de alianças regionais e nacionais. O PDT também lançou as candidaturas aos Governos de outros 15 estados.

Buarque

Ao falar sobre o resultado da convenção, Buarque não poupou críticas ao petista e afirmou estar preocupado com uma possível tentativa do presidente para viabilizar um terceiro mandato caso vença as eleições.
”Meu medo é que ele queira um terceiro mandato [através de uma] reforma da Constituição, como fez [Hugo] Chávez, como fez [Alberto] Fujimori. Eu temo que se Lula for eleito, sobretudo no primeiro turno, com a força de 60 milhões de votos e sem maioria no Congresso, ele tenda a governar diretamente com o povo, tirando a intermediação do Congresso”, afirmou o senador.
Ao dizer que a “tentação autoritária” de Lula é grande, ele foi questionado se notou essa “tentação” quando foi ministro: “Não, mas nos meses posteriores nós notamos”. Cristovam citou como exemplos as tentativas de criar o Conselho Federal de Jornalismo e de expulsar do país o correspondente do New York Times.