Projeto documenta o Tambor de Crioula do Maranhão

Não é só o bumba-meu-boi que chama a atenção das comunidades internacionais. O tambor de crioula também já conquistou seu espaço. Desde o começo do mês o tambor de crioula Catarina Mina tem convivido

Não é só o bumba-meu-boi que chama a atenção das comunidades internacionais. O tambor de crioula também já conquistou seu espaço. Desde o começo do mês o tambor de crioula Catarina Mina tem convivido com a equipe do projeto Comuna Itinerante, grupo que viaja transmitindo e divulgando diversas formas de cultura dos países da América – particularmente as de influência afro e indígena.
A Comuna Itinerante foi fundada em outubro de 2005, pelos uruguaios Fernando Ramirez e Eneida Quintero, e pelo mexicano Sergio Mayoral. No entanto, desde agosto o grupo está viajando por vários lugares da América Latina. Até agora, a equipe já passou pela Argentina, México, Uruguai e pelo Brasil. “O nosso objetivo, além da pesquisa, é divulgar as culturas ancestrais dos povos da América Latina, até para que os povos desses locais possam se conhecer melhor”, diz Fernando.
Durante suas viagens, a Comuna Itinerante faz trabalhos de pesquisa e registro das atividades culturais dos lugares por onde passa. A partir do material, a entidade produz documentários de longa metragem, que são exibidos para comunidades de outros países ou em mostras de vídeo. No Brasil, a equipe já passou por várias cidades de renome, como Foz do Iguaçu e Salvador. A vinda ao Maranhão aconteceu por acaso. “Viemos ao Maranhão a convite de um amigo, para descansar. Mas chegamos aqui justamente na época de maior efervescência cultural, que é o São João.”, conta Eneida.
No tambor de crioula, o que mais chamou a atenção foi a semelhança com o candomblé, um ritmo afro típico do Uruguai, sobre o qual o grupo montou um DVD. “Eles têm três tipos de tambor, assim como acontece no tambor de crioula. E o ritmo do toque é praticamente o mesmo”, conta Eneida. Do Maranhão, a equipe vai ao Amazonas, ao Peru e depois ao México, onde os trabalhos deverão ser transformados em vídeo. A previsão é que isso aconteça após o mês de agosto.
Além do documentário, a entidade também costuma promover palestras e oficinas. Em São Luís, será ministrada a oficina de Dança Circular e Meditação Ativa, técnicas milenares que, segundo Fernando, trazem paz interior e domínio das emoções. “A meditação ativa é boa para a cidade, onde as pessoas não tem tempo para sentar e se concentrar”, explica ele, que também é terapeuta holístico.
A oficina será realizada na quarta-feira, 21, e no domingo,26, na sede da Tapete Criações Cênicas, que fica sobre a livraria Poeme-se, na Praia Grande. Na quarta-feira, a taxa de inscrição é de R$10. No domingo, R$15.