Polícia investiga dois suspeitos de matar líder do MLST

A Polícia Civil do Paraná procura dois homens suspeitos de assassinar uma das coordenadoras do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Jocélia de Oliveira Costa, de 31 anos, e a filha dela, Emanuele, de apenas cinco. As du

O delegado Amadeu Trevisan Neto pediu à Justiça as prisões de Ademar Alves de Lima e Paulo Rodrigues de Lima. A decisão deve sair nesta quarta-feira (21/06), mas as buscas pelos dois já foram iniciadas. Seis testemunhas ouvidas pela polícia os acusam do crime. Na terça, o delegado recebeu o laudo da necrópsia feita no corpo da criança assassinada. De acordo com o documento, Emanuele foi morta com uma pancada na cabeça, e não a tiros, como se pensou inicialmente. "Isto mostra a crueldade e a frieza dos assassinos. Espero que as pessoas que moram no acampamento nos ajudem a esclarecer este crime o mais rápido possível", afirmou o delegado.

Segundo ele, uma disputa pela liderança do movimento seria o motivo do assassinato da sem-terra e de sua filha. "Temos informações de que Paulo e Jocélia já teriam se desentendido anteriormente em função da liderança do grupo. O que sabemos por enquanto é que Paulo queria ocupar o cargo de Jocélia."

O irmão de coordenadora do MLST, Otoniel da Costa, disse que há dez dias Jocélia vinha recebendo ameaças de morte. Um homem ligava para o celular e falava para ela ficar esperta e abrir os olhos. De acordo com Costa, Jocélia estava assustada e se preparando para voltar para o ex-marido, que mora em Foz do Iguaçu. "O outro filho dela, de 12 anos, só não foi morto porque, quando começou o tiroteio, ele se escondeu debaixo da cama", contou Otoniel da Costa.

Loures Bruento, outra integrante do MLST, que mora no acampamento onde estão cerca de 300 famílias, disse que Paulo, um dos acusados, sempre foi agressivo e autoritário. Segundo o escrivão Reinaldo Bernardin, a polícia não encontrou nenhum documento que identifique Paulo Rodrigues de Lima. Ele teria entrado no acampamento com documentos de sua esposa e apenas relatando o seu nome. "Isso pode dificultar as investigações. Até agora, só no Paraná, já foram localizadas 20 pessoas com este mesmo nome", disse o escrivão.