Gore Vidal compara terrorismo a caspa

O escritor americano Gore Vidal, 80, afirmou que declarar guerra ao terrorismo é como "tentar acabar com a caspa: é uma luta sem fim e sem sentido".

Em declarações ao jornal britânico The Independent, Gore diz duvidar que o próprio presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, entenda o que significa sua metáfora bélica.

Vidal acusa o presidente republicano de ter "roubado duas eleições, em 2000 e em 2004, graças às máquinas eletrônicas de voto, facilmente manipuláveis".

O autor de "Criação", que viveu muitos anos na Itália antes de voltar para a Califórnia, disse que "os EUA vivem uma ditadura totalmente militarizada". "O governo espiona todo mundo, e os três poderes estão nas mãos da atual junta", denuncia o escritor.

"Jamais fui um exilado", comenta. "Nunca ninguém me considerou assim, exceto a extrema-direita; Eu tinha uma casa no sul da Itália e outra no sul da Califórnia, mas nos círculos direitistas, morar fora era o suficiente para me considerarem um exilado. Os EUA sempre foram aquilo que eu escrevi".

"O que quer que você faça, [a administração Bush] vai dizer que você está errado. Os homens que estão por trás da guerra do Iraque são covardes que não lutaram na guerra do Vietnã, mas gastaram milhões de dólares para acusar de covardia John Kerry, que foi um genuíno herói de guerra, seja qual for o pensamento que se tenha da política que ele defende".
Gore Vidal nasceu em 1925 na Academia Militar de West Point e foi criado em Washington. Seu pai, um pioneiro da aviação, trabalhou para o governo Roosevelt e seu avô foi o senador T. P. Gore. Escritor consagrado, notabiliza-se pela visão única e cáustica da natureza humana e dos EUA, em especial.