França supera EUA como maior investidor estrangeiro

A França superou os Estados Unidos como maior investidor no estrangeiro em todo o mundo em 2005, informou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A França assumiu o primeiro posto entre os países da OCDE como investidor estrangeiro com a ajuda de quatro grandes aquisições, enquanto os Estados Unidos perderam a primeira colocação em grande parte por causa do considerável impacto das mudanças na legislação tributária. Hans Christiansen, economista da unidade de investimentos da OCDE, disse que as isenções de impostos estimulavam empresas norte-americanas a repatriar mais lucros em 2005. Ainda não se sabe se essas vantagens tributárias, acertadas para um ano, serão renovadas.
O investimento direto francês em outros países totalizou US$ 116 bilhões, dos quais US$ 48 bilhões foram gastos em quatro aquisições – como a compra da destiladora britânica Allied Domecq pela Pernod Ricard, por US$ 17,8 bilhões. A Grã-Bretanha foi o maior ímã de atração para o investimento estrangeiro direto, com os fluxos triplicando em relação aos níveis de 2004, para o recorde de US$ 165 bilhões. "Os altos números refletem, em parte, o fato de que muitas das maiores aquisições transnacionais do mundo em 2005 tiveram como alvo empresas sediadas na Grã-Bretanha", disse o relatório da OCDE.
A Grã-Bretanha atraiu a maior parte dos investimentos estrangeiros diretos, de acordo com a OCDE. O investimento direto estrangeiro nos 30 países mais industrializados da OCDE subiu 27%, para US$ 622 bilhões em 2005, e o aumento foi forte em nações fora da Organização, como China e Índia. "Esse é o nível mais alto de fluxos de entrada desde a última grande expansão, encerrada em 2001", disse a OCDE. O ano passado foi também o quarto melhor no histórico, com o investimento direto estimulado pelos altos lucros de empresas, baixas taxas de juros no exterior, alta liquidez e preços de ações favoráveis, bem como uma inclinação para o investimento transnacional em propriedades, afirmou a Organização.
Perspectivas
Nos últimos anos, muito investimento foi despejado em países fora da OCDE como China, Índia e Brasil. A China atraiu estimados 72,4 bilhões de euros em investimento estrangeiro direto no ano passado e a Índia outros US$ 6,6 bilhões, mas a o OCDE afirmou que ambos provavelmente tinha informado números abaixo dos reais. A Índia pode estar minimizando esse número em até 50%, disse Christiansen. O investimento estrangeiro direto para a China era tradicionalmente voltado ao setor manufatureiro, mas agora está começando a rumar para os setores de serviços, notavelmente o de alta tecnologia, informou a OCDE.
Os países da OCDE são responsáveis por aproximadamente 60% da produção econômica mundial. A Organização disse que as perspectivas continuam positivas, mas "alguns riscos deixam o horizonte nebuloso" para o investimento estrangeiro direto – investimento para aquisição de ativos corporativos, sejam eles a compra de empresas ou participação em companhias, além de lucros reinvestidos pelas subsidiárias fora da matriz. Entre os riscos estavam sinais de que os governos estavam mais propensos a conter os investimentos estrangeiros e, acima de tudo, a previsão de juros mais altos agora.

Com agências