Israel lança chuva de mísseis e a mídia, chuva de desinformações

O exército israelense disparou nas últimas 24 horas 500 mísseis contra a Faixa de Gaza, enquanto prosseguem os ataques aéreos contra alvos móveis e infra-estruturas no território.

Por Humberto Alencar, com agências internac

Segundo os representantes do exército israelense, os mísseis teriam sido disparados contra áreas desabitadas. O argumento que os sionistas usaram para defender tal aberração militar é de que isso reduz o disparo de "mísseis" de fabricação caseira palestinos.

Na Cisjordânia, efetivos do exército israelense mataram nesta sexta-feira dois palestinos na cidade cisjordaniana de Nablus, segundo os ocupantes israelenses eles seriam das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, suposto braço armado da Fatá. Um terceiro palestino morreu hoje em um hospital de Gaza, em conseqüência dos ferimentos que sofreu há dois dias, no início da operação "Chuvas de Verão".

Nesta sexta-feira, apesar do massacre aéreo com os mísseis israelenses, as milícias palestinas teriam disparados três foguetes Qassam contra o território de Israel, que não causaram danos materiais nem vítimas.

O porta-voz do exército ocupante informou que uma parte dos mísseis foi disparada no norte e outra parte no sul da faixa, que o exército israelense invadiu desde a madrugada de quarta-feira, quando começou a agresão denominada de "Chuvas de Verão", após a captura de um soldado israelense dois dias antes por guerrilheiros palestinos.

Também no sul de Gaza, palestinos atiraram uma granada antitanque contra um veículo blindado israelense, que não foi danificado. No norte, o exército manteve os ataques aéreos contra a população palestina, como o que sacudiu o bairro de Shejaeya, na Cidade de Gaza. A Força Aérea disparou um míssil contra um veículo, mas seus ocupantes teriam conseguido sobreviver.

Reprodução midiática de absurdos

Algo que se destaca na mídia ocidental é a maneira como se tratam as absurdas alegações dos militares invasores israelenses em relação aos seus atos contra o povo palestino. A mídia pro-sionista publicou a versão dos militares israelenses, de que o carro transportava "militantes da Jihad Islâmica",  três deles teriam sido feridos mas conseguiram sair do carro e escapar. Não há um só registro no noticiário ocidental de que carros palestinos atingidos por mísseis israelenses transportavam apenas civis palestinos indefesos. Não há erro.

O estratosférico grau de acerto dos disparos do exército israelense é algo jamais visto em outras operações militares na história do planeta. Eles nunca erram. A mídia não contesta e cumpre rapidamente o seu papel. Israel também alegou que teria bombardeado os escritórios do dirigente do Hamas, Zayad Zyam, sem dar detalhes da agressão.

A agência EFE, notória também por reproduzir com destaque as notas fantasiosas do comando militar israelense, revelou que "o exército negou categoricamente que a explosão que ocorreu de madrugada em uma central elétrica no norte de Gaza tenha sido causada por um míssil seu". Segundo a nota divulgada pela agência espanhola de notícias, a responsabilidade pela falta de energia elétrica é obra exclusiva dos… palestinos.

"O exército nega taxativamente as acusações palestinas que atacamos um transformador em Gaza durante a noite", continua a nota oficial reproduzida pela oficiosa EFE. Segundo o comunicado, "a Força Aérea identificou cada alvo atacado no centro da Faixa de Gaza e confirmou que não destruiu nenhuma central elétrica".

A nota diz que "a explosão e o blecaute ocorreram devido a um possível foguete Qassam que desviou sua trajetória e caiu na usina". Realmente é de se assustar com a tamanha falta mira dos pobres guerrilheiros palestinos.