PRD mexicano crê em vitória de Obrador por 500 mil votos

Por Jaime Aviles*

Um silêncio de cemitério se apoderou da sala de imprensa do hotel onde Andrés Manuel López Obrador se achava na noite de ontem (2), depois Luis Carlos Ugalde, presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE)

No encerramento desta edição, a maior praça do Distrito Federal é o palco de um estranho carnaval, em que milhares de pessoas agitam bandeiras amarelas, dançam ao ritmo de uma longínqua cúmbia, abraçam-se, felicitam-se e se prometem que lutarão até onde for necessário, “porque não vamos permitir outro 1988” [quando Cuauhtémoc Cárdenas, do mesmo PRD de Obrador, vencia na apuração Carlos Salinas, do PRI, até que a contagem rápida foi interrompida].


A geopolítica da apuração

Esta é a crônica de um longo dia, que teve o mais imprevisto dos finais.


De todas as possibilidades, o Instituto Federal Eleitoral escolheu a pior: adiar para quarta-feira a definição do resultado.


Colaboradores muito próximos de López Obrador assinalavam, no encerramento desta edição, que a situação se torna delicadíssima. O programa de contagem até agora só registrou resultados dos Estados do norte do país, que são majoritariamente panistas [partidários do PAN, partido do atual presidente, Vicente Fox, e do rival de Obrador, Felipe Calderón]. Não fora incluído o grosso dos resultados do Distrito Federal, nem o dos Estados do Sudeste, que, pelo contrário, têm mais simpatias pelo candidato do PRD.


Assim mesmo, estas fontes assinalavam que Calderón só tinha vantagem em duas circunscrições eleitorais, enquanto as outras três eram favoráveis a López Obrador.
“Chegamos à conclusão de que, no pior dos casos, teremos uma vantagem de 500 mil votos, o que equivale a mais de um ponto percentual na eleição”, disse para este repórter um dos assessores mais próximos do candidato do PRD.

* Do diário de esquerda
mexicano La Jornada