Evo Morales quer Bolívia como membro pleno do Mercosul

Ontem foi a Venezuela, amanhã pode ser a Bolívia. O presidente Boliviano, Evo Morales, anunciou nesta terça-feira (5) a intenção de integrar seu país como membro pleno, “mais cedo do que tarde”, no bloco econô

Em Caracas, Evo Morales disse que “queremos ser parte deste processo de mudança e integração que é o Mercosul, para que se reestabeleça a justiça e a Bolívia deixe de ser um Estado mendigo. Com o controle dos recursos naturais, vamos conseguir”, agregou.

“Vou informar-me melhor sobre o Mercosul, as experiências de seus presidentes, para buscar soluções para os povos marginalizados, vítimas do modelo neoliberal”, disse ainda Evo. E avaliou o bloco econômico como um instrumento “para gestar a unidade latino-americana”.

Convicções de esquerda


O presidente boliviano fez as declarações ao participar, como “convidado especial”, da solenidade de assinatura do ingresso da Venezuela como membro pleno do Mercosul. Ao lado dele e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estavam Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Néstor Kirchner, da Argentina, Tabaré Vásquez, do Uruguai, e Nicanor Duarte, do Paraguai.

Evo reafirmou suas convicções de esquerda. “Estamos convencidos de que é preciso buscar soluções econômicas e sociais, com mudanças estruturais. Na Bolívia iniciamos uma revolução cultural, democrática e pacífica”, afirmou. Sua crítica concentrou-se no modelo neoliberal, que chamou de individualista, “que tanto mal fez”. Agregou que “o saque dos recursos naturais e desprezo pelos povos indígenas deverá mudar”. Disse ainda que ao tomar posse, em janeiro, encontrou “um país esquartejado por um sistema capitalista”, após aplicar “políticas que descapitalizaram a Bolívia”.

“Nacionalizamos o poder”

Fortalecido pela votação deste domingo (2) para a Assembléia Constituinte, onde seu partido obteve maioria absoluta das cadeiras, Evo anunciou: “Nacionalizamos o Executivo e o Legislativo”. Disse também que a caminhada das reformas estruturais “está em marcha para refundar a Bolívia, sem excluir a ninguém, refundá-la para acabar com o poder excludente e instaurar um modelo includente”.

Evo convidou Lula, Kirchner, Chávez, Duarte e Vásquez a estarem presentes na abertura da Constituinte boliviana, dia 6 de agosto. “Peço aos presidentes presentes que nos acompanhem nesse processo de mudança; e gostaríamos de ter sua presença em 6 de agosto, no início da refundação da Bolívia, em Sucre”.

Com agências