Para Obrador, estabilidade política do México está em jogo

Obrador pediu a revisão em todas as mesas eleitorais dos resultados do pleito "para dar certeza e transparência ao processo", depois que a mais recente apuração provisória o coloca 0,64 ponto percentual atrás de seu principal rival, o direitista Felipe Calderón. O candidato progressista afirmou que esse processo, do qual sairá o novo presidente do México, teve "muitíssimas inconsistências".

A assessora de campanha de Obrador, Claudia Sheinbaum, assinalou que essas "inconsistências" foram registradas em pelo menos 50 mil mesas eleitorais, e que ainda faltam contabilizar cerca de 1,6 milhão de votos. Esses sufrágios seriam somados aos 2,5 milhões de votos que o Instituto Federal Eleitoral (IFE) admitiu, na terça-feira, que faltavam ser contabilizados após o fim do Programa de Resultados Eleitorais Preliminares (Prep), na segunda-feira passada.

Estabilidade

O novo cômputo reduziu de 407 mil para 257.532 votos (de 1 para 0,64 ponto) a vantagem que o Prep atribui ao candidato Calderón sobre López Obrador. Sheinbaum disse também que houve colégios eleitorais que registraram uma votação "superior a 100%" a favor de Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), o que, segundo sua opinião, "é matematicamente impossível". "Não há dúvida de que houve uma manipulação do Prep e podemos demonstrá-lo", assinalou López Obrador.

Obrador pediu aos líderes dos partidos que formam sua coalizão que "fiquem atentos" nos 300 distritos eleitorais onde se efetua a apuração e reiterou sua certeza de que ganhou o pleito. "Temos certeza de que ganhamos as eleições", enfatizou o candidato, após pedir ao IFE que "não atue com pressa, mas leve o tempo necessário" para efetuar a apuração, "pois não convém a ninguém que o processo seja fechado precipitadamente e sem dar a certeza do caso". Obrador assegurou que "está em risco a estabilidade do país", embora não tenha dado mais detalhes.

Com agências