Pedrobras, Ancap e PDVSA estudam ampliar refinaria uruguaia

Os ministros de Energia do Brasil e do Uruguai e os presidentes das petrolíferas estatais de cada país disseram que a Petrobras estuda a possibilidade de ampliar e modernizar a refinaria de La Teja.

A capacidade de processamento de 50 mil barris de petróleo por dia (bpd) poderia ser elevada para 60 mil ou 70 mil (bpd), segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Ele afirmou que o projeto ainda está em fase de análise, mas prevê que o óleo pesado de Marlim, na Bacia de Campos, seja processado pela refinaria La Teja. Os derivados abasteceriam o mercado uruguaio e seriam exportados também para a Argentina. "Nosso objetivo é logisticamente ter uma enorme sinergia com o mercado argentino. Lá (na Argentina), há deficiência de óleo diesel, poderíamos levar petróleo de Marlim para La Teja, refinar em La Teja e exportar para o mercado argentino. É uma questão de logística", disse o presidente da estatal brasileira.

De acordo com o presidente da estatal uruguaia, a Administración Nacional de Combustible, Alcohol y Portland (Ancap), Daniel Martinez, o Uruguai não tem produção de petróleo e importa todo o óleo consumido pelo país a um custo anual de US$ 900 milhões. Ele estima que a ampliação da capacidade de refino e conversão demandará investimentos da ordem de US$ 400 milhões a US$ 500 milhões. "Estamos estudando essa alternativa com a (venezuelana) PDVSA e a Petrobras. A idéia é aumentar a capacidade de processamento de petróleo e de conversão da refinaria. As negociações com a Petrobras estão evoluindo. A Petrobras tem interesse certo e a PDVSA está apenas conversando", disse Martinez.

Os ministros de Energia e os presidentes das duas petrolíferas assinaram na quarta-feira um memorando de entendimento para desenvolver a integração energética entre os dois países. Brasil e Uruguai assumiram o compromisso de finalizar estudos para construir uma linha de transmissão de 400 quilômetros de extensão, que interligará os dois países. O investimento previsto é de US$ 150 milhões e a linha de transmissão terá capacidade de transportar mil megawatts de energia, o equivalente ao consumo total do Uruguai. O evento foi marcado por manifestações de ambos os lados de fortalecimento do Mercosul, bloco aduaneiro integrado, além de Brasil e Uruguai, por Argentina, Paraguai e, desde a véspera, Venezuela.

Com agências