BNDES reduz juros para 7,5% ao ano

Ao anunciar a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 8,15% para 7,50% ao ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a decisão governamental “vai no sentido de auxiliar o aumento do nível de investime

Ao diminuir a TJLP – principal indexadora do crédito ao setor produtivo concedido pelo BNDES – ao seu menor patamar, desde quando foi criada em 1994, Mantega se contrapôs uma vez mais ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ressaltando que a medida é “mais coerente com o ciclo de crescimento que está acontecendo”. “O investimento cresceu 9% no primeiro trimestre do ano e acredito que continuará a avançar”, declarou o presidente do BNDES, Demian Fiocca, para quem “a redução da TJLP a um nível bastante favorável permite viabilizar uma grande quantidade de investimentos”.

Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, que defende a redução mais acelerada da Selic (taxa básica de juros), a redução da TJLP é positiva, mas ainda está muito alta. “Embora tenha caído para 7,5% ao ano, o custo dos financiamentos acaba alcançando a marca de 10%”, declarou Moreira Ferreira. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, há espaço para uma queda mais expressiva da TJLP, pois “uma remuneração de 1% acima da meta de inflação de 4,5% é perfeitamente defensável”.

A TJLP em 5,5% garantiria uma boa remuneração ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), principal fonte das linhas de crédito do BNDES, destacou. O líder empresarial lembrou ainda que, com maior investimento produtivo, o Conselho Monetário Nacional não necessitaria utilizar os juros altos como mecanismo de controle da inflação. O diretor do Departamento de Economia do Centro das Indústrias de São Paulo, Boris Tabacof, declarou que o corte “é motivo de comemoração”. “Finalmente, o Brasil alcançou uma TJLP, em termos reais, próxima de 3%, o que é compatível com o cenário internacional e serve como estímulo ao desenvolvimento”, afirmou.

As informações são do
jornal Hora do Povo